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quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A dama de ferro


Desde a última sexta-feira, 28 de dezembro, a nova primeira-dama de Rio Branco, Gicelia Viana, tomou assento no gabinete do prefeito Marcus Alexandre (PT). A engenheira passou a ser uma espécie de ajudante de ordens do marido, dando muitas ordens e orientações aos servidores da prefeitura sobre como deve ser o comportamento com o novo estilo do prefeito recém-empossado.

Presença cativa na prefeitura e por conta do estilo, a primeira-dama já ganhou até um apelido dos funcionários: a dama de ferro. Ela não é nenhuma Margaret Thatcher, mas terá a força suficiente para conseguir um cargo no gabinete de Marcus Alexandre.

Nomear mulheres para cargos públicos já faz parte do histórico do petista, começando com sua passagem como secretário-executivo da Secretaria de Planejamento e depois como diretor do Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre).  (Veja as outras nomeações aqui)

Aliás, a própria Gicelia  ascendeu na carreira ao ganhar do marido um cargo de direção no Deracre. Agora, para disfarçar a imoralidade e não deixar parecer o novo emprego dela como nepotismo, a nova cúpula da prefeitura estuda a forma legal.

A primeira e única opção é a cessão da “dama de ferro” do Deracre para a prefeitura com ônus para o Estado. Ou seja, ela vai para a prefeitura, mas os cofres estaduais bancam o contracheque.

Segundo os petistas, a nomeação de cônjuge não se constitui nepotismo. Mas este não é o entendimento do Supremo Tribunal Federal (o mesmo que colocou a cúpula do PT na cadeia) em sua súmula vinculante número 13 (quanta ironia!)

É dessa forma que Marcus Alexandre vai iniciando sua gestão na prefeitura de Rio Branco. Depois da Operação Inverno, parece que virá a Operação Família.

Um comentário:

  1. Olha Fabio esse assunto de nomeações de "cargos de confiança" é envolto em muita hipocrisia no Brasil. A meu ver, o problema não é existirem "cargos de confiança", mas sim eles existirem aos borbotões (em porcentagem altíssima).
    Agora, sejamos sinceros, se o cargo é "de confiança" em quem o prefeito (ou qualquer outro gestor) provavelmente deve confiar?
    O que deve ser levado em conta não é a nomeação e sim a competência dos empossados. Eu não sou hipócrita em julgar a nomeação de uma esposa, ou mesmo de um irmão ou parente, mas sim, em julgar a competência dos mesmos.
    O discurso é tão envolto em hipocrisia que ninguém comenta sobre a competência e sim somente sobre a nomeação em si.
    Exemplo: em quem você confiaria sua agenda política (se político fosse, que Deus o livre!) se sua esposa, por exemplo, tivesse mestrado em Secretariado Executivo? Em alguém da oposição? Em um funcionário de carreira?
    Vamos ser honestos e menos hipócritas...
    Só para ficar claro: não defendo o nepotismo, mas não critico nomeações "de confiança" àqueles que tem competência para tal, sendo parentes, ou não!
    E só para não perder a oportunidade (veja como o Brasil é): um dos maiores opositores do nepotismo no serviço público, Rui Barbosa, não se furtava em nomear parentes em seu gabinete!
    Abs e continue vigilante!

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