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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Sem muita companhia

Se para grande parte da população o petista Binho Marques deixou o Palácio Rio Branco como um dos melhores governadores do Acre, na gestão Tião Viana (PT) ele vem recebendo o mesmo tratamento dispensado aos adversários da oposição. Os dois sequer se cumprimentam e não conversam há quase dois anos por causa das desavenças políticas.

Nos bastidores, é comum se ouvir que Tião Viana não tem a melhor das relações políticas com o seu antecessor. Este fato ficou comprovado na última terça-feira (18), durante a entrega de uma ala do Instituto de Traumatologia (Into), obra iniciada na gestão Binho Marques.

O ex-governador não teve seu nome citado em nenhum momento da solenidade. Em uma situação, por exemplo, chegou até a ser evitado.

A negação ao legado do ex-governador aconteceu quando o secretário Leonardo Neder (Obras) se reportou ao cronograma de obras, lembrando que elas começaram na “gestão anterior”, sem citar o nome do atual Secretário de Articulação com os Sistemas de Ensino do Ministério da Educação (MEC), Binho Marques.

Outro exemplo de agravo aconteceu no início de julho, quando Binho Marques veio ao Acre participar de audiência para discutir o Plano Nacional de Educação (PNE).

O ex-governador não teve agenda oficial com seu sucessor, nem Tião Viana participou do evento. A presença mais ilustre foi do responsável pela eleição de Binho, o senador Jorge Viana (PT).

Semanas depois, Tião Viana recebeu em seu gabinete, com direito a todas as honrarias da Casa Civil, o secretário de Alfabetização do MEC, Paulo Gabriel Nacif.

Um dos motivos apontados para o clima de beligerância entre Tião Viana e Binho Marques seria o pouco empenho do ex-governador em usar a máquina pública na eleição de 2010.

Os assessores e o próprio Tião Viana costumam avaliar que Binho Marques não se empenhou o suficiente, o que justificou o placar apertado das urnas, quando o PT quase foi apeado do poder no Acre. Tião Viana ganhou por uma diferença de pouco mais de cinco mil votos.

Desde então, a relação entre os dois azedou. Binho sempre foi conhecido por seu perfil técnico, com o político em segundo plano nas principais decisões tomadas durante sua gestão. Os seus quatro anos também ficaram carimbados como “tampão” para que os irmãos Viana pudessem sucederem no governo.

Ao se ver isolado, ao ex-governador, que tinha como slogan transformar o Acre “no melhor lugar para se viver na Amazônia”, não restou outra opção que não a de morar em Brasília, onde foi agraciado com o cargo no MEC.

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