Ao contrário de outros eventos, quando não se sabia se estávamos em uma agenda de governo ou do partido, o espirito republicano deu sinais de ter sido incorporado pela cúpula do Palácio Rio Branco e da executiva petista –mesmo que o demônio (ele existe?) antirrepublicano insistisse em assoprar em seus ouvis.
Ao invés da vestimenta vermelha, as lideranças que compuseram o palanque oficial no complexo do peixe escolheram um figurino mais apropriado para a ocasião. Apenas Lula com suas metáforas futebolísticas fugiu do protocolo. Com sua inteligência política, soube diferenciar a ocasião em que estava do último palanque montado para ele no Acre, em outubro do ano passado.
(Em tempo: a mobilização de cargos comissionados até o quilômetro 25 da BR-364 também não esteve tão avantajado).
O evento dos piscicultores de fato foi deles, por mais que a militância petista insistisse em tomar para si o protagonismo. Fazer a correta separação entre interesses de partido e de Estado deve ser mais do que obrigação –e não mérito - de qualquer governante. É legítimo as legendas partidárias colocarem em prática quando chegam ao poder as suas bandeiras pragmáticas, mas achar que tem o direito de transformar o público em bem para si foge da “normalidade institucional”.
Portanto, que os próximos eventos do governo com a presença das estrelas nacionais do PT sigam o mesmo rito, com as cores e as bandeiras do partido deixadas para os períodos de convenções e comícios. É o mínimo que o cidadão espera dos dirigentes de um partido já tão esfacelado por denúncias de corrupção ao transformar o público em uma extensão de seus diretórios.
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