A plenária de sábado teve como ponto alto o boicote das tendências mais à esquerda do partido. Reunidos em torno do deputado federal Sibá Machado, elas obtiveram 42% dos votos no PED (Processo de Eleições Diretas) de 2013. Esta boa votação reduziu o poder de fogo da ala majoritária, assegurando aos grupos um significativo número de cadeiras no diretório.
O diretório é o responsável por garantir a participação de
todas as tendências petistas nas principais tomadas de decisão. Diante da
votação de novembro, as tendências “sibanistas” teriam ao menos três dos sete
cargos do diretório, além de outras acomodações.
Mas a Democracia Radical (DR), tendência hoje que tem Tião
Viana como grande líder (Jorge Viana foi destronado), decidiu retaliar seus
concorrentes. Os cargos que seriam ocupados pelos “sibanistas” foram revistos e
talvez fiquem com a própria DR.
A atitude seria uma retaliação à exposição do pedido de
socorro feito por Anibal Diniz (PT) ao grupo de Sibá Machado para salvar sua
candidatura à reeleição. O caso foi mostrado pelo blog (Leia o post S.O.S Anibal Diniz) na semana passada. Suplente
de Tião Viana, Anibal Diniz está se vendo abandonado pelo seu criador.
Indisposto a carregar um peso em 2014, o governador dá claros
sinais de apoiar a comunista Perpétua Almeida ao Senado. Para tentar se salvar,
Anibal recorre à estratégia de ter o apoio unânime de todo o PT –o que não
consegue. Seu empenho na campanha de Ermício Sena deixou muitas sequelas entre
os sibanistas.
Agora, o grupo sabe que enfrentará sérias retaliações pelo
Palácio Rio Branco. A oficialização da candidatura de reeleição de Tião, bem
como a posse da nova Executiva, foi ofuscada pelo boicote.
Tião Viana precisa controlar seus democratas radicais antes
que as coisas fiquem piores em seu partido, prejudicando o empenho da
militância em sua campanha de reeleição. O governador errou ao se empenhar na
candidatura de Ermício, e pode, daqui para frente, ter condições de se redimir,
chamando para o diálogo todas as tendências para sua campanha de reeleição não
ser outro constrangimento.
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