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segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

2015, o ano que não acabou

Ano novo, crise velha. Assim podemos definir este começo de 2016 para nós, brasileiros. Se 1968 foi o ano que não acabou, 2015 também pode seguir o mesmo destino. Muitos dos problemas do ano velho vão se arrastar para este que nasce, sendo mais do que necessário resolvê-los até 31 de dezembro –só não se sabe se de 2016, 2017, 2018...

O Brasil ainda precisa resolver muitos de suas encrencas gestadas lá em 2015. As principais, óbvio, são a operação Lava Jato e a economia em recessão. No campo político o País deve se livrar o mais rápido possível de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara, e definir se tira ou mantém Dilma Rousseff no Planalto.

A questão do impeachment é mais urgente do que a iminente cassação de Cunha. O processo de deposição de Dilma não pode se arrastar por mais tempo por conta dos efeitos danosos para a economia que, como sempre, castiga os mais pobres. A fuga dos investidores e a queda dos investimentos externos empurram o Brasil para o buraco.

À primeira vista não há perspectivas de melhoras com o novo-velho ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Afinal, será Dilma e não ele quem definirá os rumos da economia. Foi assim no primeiro mandato com Guido Mantega; a consequência de Dilma como gerente da Fazenda é a tragédia da inflação que deixa qualquer brasileiro à beira de um infarto ao ir ao supermercado.

Mas nem tudo será só tragédia para os brasileiros neste ano novo. Ainda há razões para se manter a esperança em instituições sólidas e de credibilidade, como Polícia Federal, Procuradoria da República e nossa Corte maior, o Supremo Tribunal Federal (STF).

Em 2016 o Brasil terá a oportunidade de passar a limpo seu triste histórico de corrupção. Será o ano de a Justiça julgar e condenar de uma vez por todas aqueles que por muitos anos se lambuzaram na lama da corrupção, desviando bilhões de reais dos cofres públicos. E não se trata da corrupção somente no setor público, mas também no privado.

Para alento da nação, nem tudo está perdido. Diante da atuação rígida –com base nos princípios legais – dos membros da Polícia Federal, MPF e Judiciário é possível acreditar que um dia seremos, de fato, uma nação séria. Também teremos a oportunidade de fazer Justiça com os próprios dedos, pois será com eles que daremos nosso recado nas urnas em outubro, nas eleições municipais.

Precisamos também fazer nosso dever de casa. A corrupção começa na ponta; a escolha errada de um candidato a prefeito e/ou vereador trazem consequências tão graves quanto a que vemos hoje com a Lava Jato. Um prefeito corrupto desvia dinheiro que seria usado para a manutenção das ruas, melhoramento do sistema de saneamento básico, da escola e do posto de saúde.

As previsões para o Brasil não são das melhores por parte dos gurus da economia. Mas como somos brasileiros e não desistimos nunca, é possível manter uma centelha de esperança para construirmos um País melhor para nós e a próximas gerações.

Um brinde ao 2016 com as digitais de 2015

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