Lá chegando dou de cara com os dois elevadores interditados por defeito. Não que eu fizesse questão de usá-lo, pois prefiro subir e descer escadas para manter a forma (esquelética). Na sala de imprensa o frigobar sempre com fartura de água mineral, dei de cara com o nada. Mas o fato maior não é o elevador quebrado ou a vida de paulistano por um dia de quem trabalha pela Casa.
Estes dois casos externam o estado decrépito em que a Aleac entrou nesta reta final de mandato. Há relatos de atraso no pagamento de férias dos servidores –pelo menos dos comissionados –, e tantos outros desmandos cometidos pela Mesa Diretora e pelos deputados em seus gabinetes.
Após receber uma herança bendita de Edvaldo Magalhães (PCdoB), Élson Santiago (PEN) e sua desastrada administração deixará uma herança maldita para o seu sucessor. A crise da Assembleia estourou após quatro anos de muita incompetência da atual Mesa, usando a estrutura do Parlamento apenas para um autobenefício político-eleitoral.
A falência da gestão Santiago foi refletida com a sua derrota nas urnas em outubro, após 28 anos de um mandato inútil para o contribuinte acreano. O maior desrespeito cometido foi a falta de transparência com o gasto dos quase R$ 200 milhões de Orçamento. Como jornalista cobrava com frequência a criação do Portal da Transparência. Desde 2012 a Aleac descumpre a moderna Lei de Acesso à Informação (LAI).
O Ministério Público chegou a impetrar ação civil contra o Legislativo, mas até hoje a transparência não é a realidade, e o contribuinte fica impedido de abrir a caixa-preta dos recursos públicos executados pelo Parlamento. O acreano continua a não saber como, quanto e onde cada deputado está gastando sua verba de gabinete.
A falência moral e ética da Assembleia Legislativa foi rejeitada pelo eleitor por meio da renovação massiva dos deputados na eleição desse ano. É difícil saber como esta nova legislatura vai se comportar, sobretudo a Mesa Diretora. Há a perspectiva do atual primeiro-secretário, Ney Amorim (PT), assumir de direito a presidência, já que hoje, segundo os bastidores, é ele quem dá as cartas. E ele contribuiu e muito para o Parlamento chegar ao atual ponto.
A robusta (e ponha robusta e cara) campanha de Amorim que lhe rendeu 10 mil votos o gabarita a pleitear a substituir Santiago. Se esta for a tendência, infelizmente não há perspectivas de melhorias para a “casa do povo” melhorar, honrando cada centavo pago pelo acreano para lhe representar e defender. Contudo, a Aleac continuará como uma subsecretaria do Palácio Rio Branco.
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