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sábado, 15 de novembro de 2014

As velhas rugas da UFAC

A Universidade Federal do Acre (UFAC) vive na gestão do reitor Minoru Kimpara talvez uma das suas maiores confusões dos últimos tempos. Após os louros da organização da reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) no meio do ano, a reitoria se vê às voltas com a confusão herdada deste evento. Como a instituição ficou uma semana sem aulas, o calendário acadêmico ficou comprometido.

A solução mais fácil encontrada, então, foi enforcar as férias de professores e alunos. O recesso de 15 dias que deveria ocorrer entre o fim do primeiro e o início do segundo semestre em setembro, foram por ladeira abaixo e –acredite – transferidos para o recesso de final de ano, quando todo o serviço público brasileiro envia para a guilhotina alguns dias de trabalho.

Tal atitude não agradou a classe dos professores, que começou uma mobilização através de seu sindicato, a Adufac. (associação dos docentes da UFAC), para não perder estes 15 dias. Um dos pontos altos desta confusão ocorreu na última semana, durante a reunião do Conselho Universitário, o CONSU, dominado quase que integralmente pela força política de de Kimpara.

Pressionado pela insatisfação dos docentes, o conselho se viu obrigado a não usar o recesso de final de ano como férias. Desta forma, os 15 dias de descanso foram transferidos para 2015. Só para ressaltar, estes 15 dias são referentes às férias de....2013. No próximo ano, os professores terão direito a 60 dias de férias, já que por lei desfrutam de 45.

Assim, a reitoria arruma outro problema, pois quando estas duas semanas poderão ser usufruídas? Por lei os professores não podem tirar férias nos dias de aula, pois prejudicariam os alunos.

Aliás, prejuízos não faltaram nesta confusão toda: professores se viram obrigados a terminar um semestre e começar outro logo no dia posterior sem direito a uma pausa para descanso e planejamento, bem como os estudantes nem tiveram tempo de assimilar o conteúdo de um período e já entrar em outro. Ambos entrarão 2015 enfrentando uma sobrecarga pesada de trabalho e estudos.

Minoro Kimpara, não se pode negar, faz uma boa gestão. Com os apoios necessários deu uma nova cara às dependências físicas da UFAC, mas por trás de toda esta maquiagem as velhas rugas da instituição permanecem bem vivas.  

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