E como em qualquer guerra, a primeira vítima é a verdade. Isso ficou bem resumido na semana passada com a divulgação da pesquisa Vox Populi e o embate em torno das emendas de Gladson Cameli (PP).
Vamos por partes
Primeiro nos deparamos com uma pesquisa divulgada pela imprensa (quanto desserviço) que não retrata nem um pouco a realidade da disputa para o Palácio Rio Branco. A manipulação dos dados levantados nas ruas passou a ser a melhor tática dos candidatos para enfraquecer os adversários, pois acreditam que a vantagem nos gráficos influencia o voto do eleitor indeciso, ou daquele que não gosta de perder o voto.
Na primeira pesquisa Vox Populi, Tião Viana (PT) tinha 54% das intenções. Agora aparece com 49%. Considerando a margem de erro, perdeu ao menos quatro pontos. Para onde eles foram? Dois foram tirados de Márcio Bittar (PSDB) e outros dois acrescidos a Tião Bocalom (DEM). Como a coluna revelou semanas atrás, o Vox Populi colocaria Bocalom à frente de Bittar para enfraquecer o tucano, apontado como o candidato mais forte contra o petista e por isso alvo de desidratação.
Os números Vox Populi não podem ser levados a sério. A primeira razão para a descrença é a sua falta de segurança estatística. Em segundo lugar por não retratar a realidade de mais de dois meses de campanha, tampouco aferir o impacto dos primeiros dias de propaganda no rádio e na TV.
O levantamento foi feito no final de julho, estava guardado a sete chaves e a decisão de divulga-lo ocorreu após os resultados negativos para o governo das pesquisas Ibope e Delta, sinalizando cenário de segundo turno, e a vantagem de Cameli sobre Perpétua Almeida (PCdoB).
Portanto, os números Vox Populi não podem ser levados a sério por não aferir o humor do eleitor com um mês de defasagem. Neste período muitas coisas aconteceram, como a morte de Eduardo Campo (PSB). Talvez hoje pesquisas mostrem Marina Silva (PSB) em vantagem sobre Dilma (PT) e Aécio Neves (PSDB) no Acre.
O eleitor-leitor precisa estar atento aos bombardeios a que está sujeito nesta “guerra da informação”. Num Estado onde pesquisas passaram a ser motivo de deboche por conta de seus erros históricos, a descrença é ainda maior com o amadorismo praticado pelo governo usando o já conceituado Vox Populi.
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