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domingo, 24 de agosto de 2014

Sucessor do Ibope

A disputa eleitoral no Acre vinha até aqui num certo “nível elevado”. Os principais candidatos ao governo (ainda) mantêm certa compostura, evitando partir para ataques pessoais, ficando no campo político. Mas nos bastidores seus apoiadores travam uma verdadeira guerra de informações.

E como em qualquer guerra, a primeira vítima é a verdade. Isso ficou bem resumido na semana passada com a divulgação da pesquisa Vox Populi e o embate em torno das emendas de Gladson Cameli (PP).

Vamos por partes

Primeiro nos deparamos com uma pesquisa divulgada pela imprensa (quanto desserviço) que não retrata nem um pouco a realidade da disputa para o Palácio Rio Branco. A manipulação dos dados levantados nas ruas passou a ser a melhor tática dos candidatos para enfraquecer os adversários, pois acreditam que a vantagem nos gráficos influencia o voto do eleitor indeciso, ou daquele que não gosta de perder o voto.

Na primeira pesquisa Vox Populi, Tião Viana (PT) tinha 54% das intenções. Agora aparece com 49%. Considerando a margem de erro, perdeu ao menos quatro pontos. Para onde eles foram? Dois foram tirados de Márcio Bittar (PSDB) e outros dois acrescidos a Tião Bocalom (DEM). Como a coluna revelou semanas atrás, o Vox Populi colocaria Bocalom à frente de Bittar para enfraquecer o tucano, apontado como o candidato mais forte contra o petista e por isso alvo de desidratação.

Os números Vox Populi não podem ser levados a sério. A primeira razão para a descrença é a sua falta de segurança estatística. Em segundo lugar por não retratar a realidade de mais de dois meses de campanha, tampouco aferir o impacto dos primeiros dias de propaganda no rádio e na TV.

O levantamento foi feito no final de julho, estava guardado a sete chaves e a decisão de divulga-lo ocorreu após os resultados negativos para o governo das pesquisas Ibope e Delta, sinalizando cenário de segundo turno, e a vantagem de Cameli sobre Perpétua Almeida (PCdoB).

Portanto, os números Vox Populi não podem ser levados a sério por não aferir o humor do eleitor com um mês de defasagem. Neste período muitas coisas aconteceram, como a morte de Eduardo Campo (PSB). Talvez hoje pesquisas mostrem Marina Silva (PSB) em vantagem sobre Dilma (PT) e Aécio Neves (PSDB) no Acre.

O eleitor-leitor precisa estar atento aos bombardeios a que está sujeito nesta “guerra da informação”. Num Estado onde pesquisas passaram a ser motivo de deboche por conta de seus erros históricos, a descrença é ainda maior com o amadorismo praticado pelo governo usando o já conceituado Vox Populi.

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