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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Presente de grego


A Polícia Federal anuncia com pompa para a imprensa acreana o recebimento de um carro-forte como doação para reforçar suas operações no Acre. O veículo, segundo texto enviado às redações, será aproveitado no transporte de drogas para incinerações e uso futuro por um grupo de elite da corporação.

Até aí nada de anormal. A anormalidade (ou imoralidade) está em quem doou o carro-forte: a Protege, uma das maiores empresas de segurança privada do país, responsável pelo transporte de valores e guarda de imóveis. A Polícia Federal é a instituição responsável por fiscalizar as empresas que oferecem os serviços de segurança particular.

É ela quem concede a autorização para o funcionamento das mesmas e sendo obrigada a fiscalizá-las. A PF renova ou cancela os “alvarás” de empresas como a Protege.

A doação do veículo pode até ser legal, mas do ponto de vista da probidade administrativa ela é imoral. É a mesma coisa que médico ter a construção de seu consultório bancado pela indústria farmacêutica. Não pega bem para uma instituição conceituada como a Polícia Federal receber este “presentinho”. 

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