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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O teste tucano


Tião Bocalom chegou a 2012 como o franco favorito à prefeitura de Rio Branco. Lá por abril, maio, ouvíamos dos tucanos que ninguém tirava esta eleição dele, nem dinheiro. Terminado o segundo turno, vimos que o poder do dinheiro o derrotou sim. Não somente o dinheiro que os opositores afirmam ter visto sendo usado para comprar voto no domingo passado, mas a dependência financeira de milhares de pessoas com cargos no governo e na prefeitura.

Mas como disse Bocalom ontem ao Gazeta Entrevista, não adianta chorar o leite derramado. A campanha tucana teve uma série de erros, a começar pelo marketing eleitoral. Deixaram o candidato solto falando o que não devia falar, dando munição para o adversário que pintou e bordou com o tucano. 

Mas Bocalom sai fortalecido desta luta como o grande líder da oposição. Isso não foi conquistado à toa. Ele é o grande responsável por fortalecer o PSDB no Acre. Tomou o partido dos antigos dirigentes quando estes estavam de namoro com o PT. Todos lembram daquela cena do então governador Jorge Viana chegando ao diretório tucano para uma reunião.

Bocalom tornou o PSDB arqui-inimigo do PT no Acre e se tornou a principal referência em oposição. O PMDB ficou morto por não ter tido a capacidade de gerar novas lideranças, orbitando sempre em torno de Flaviano Melo; a consequência está aí. O PSDB aglutinou novos líderes, como o hoje deputado federal Márcio Bittar e o estadual Wherles Rocha.

Elegeu seis prefeitos. A polarização hoje no Acre é PT e PSDB, repetindo aqui a disputa do plano nacional. Bocalom sai como o grande líder da oposição nesta eleição por sua persistência em quatro eleições majoritárias. Ele representa o sentimento anti-PT e tem um projeto político oposto ao defendido pelo petismo. 

Bocalom é bom político. É ficha-limpa, tem experiência e uma biografia que o gabarita a qualquer cargo público. 

Ele não disputará o governo em 2014, seu candidato é Márcio Bittar. Tião Bocalom é candidato a deputado federal. Isso é certeza. Com a votação recebida em 2010 e 2012 tem chances reais de conquistar uma cadeira na Câmara. 2014 será o teste do tucano para saber se os quase 88 mil votos recebidos no segundo turno foram por confiança e credibilidade ou um voto de protesto contra o PT e o Vianismo.  

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