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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Paga, eleitoreira e ruim

Passados mais de 20 dias da propaganda eleitoral obrigatória, a leitura que se pode fazer da disputa em Rio Branco é: nada é tão ruim que não possa piorar. Sobra baixaria, farpas e desrespeito ao eleitor. Faltam propostas e o mínimo de respeito à inteligência do cidadão –neste ano a coisa está tão preta que nem promessas existem mais. A regra é a do pescoço para baixo é canela.

Engana-se quem acha que tudo isso sai de graça para o contribuinte. É caro, e muito caro. São milhões de reais que o governo deixa de arrecadar das emissoras como forma de “incentivo” para jogarem este péssimo produto em nossas casas. Os principais candidatos a prefeito de Rio Branco se esqueceram que estão tratando do futuro de uma das cidades mais problemáticas em infraestrutura e de inclusão social e econômica do país.

Trocaram o campo das proposições para o da baixaria. Analisemos a questão. De um lado Tião Bocalom (PSDB) está desde o início com o foco em ataques ao PT. Esqueceu que a eleição é municipal e mira no clã Viana. Parece que Raimundo Angelim não existe neste jogo todo. É incompreensível esta estratégia para um candidato que saiu na frente.

O que interessa ao concorrente detentor de até 20% de vantagem atacar e atacar quem vinha logo atrás? Num jogo perigoso coloca a religião dentro de um espaço que deve ser laico. Os aiatolás tucanos vão à tela da TV fazer disparos contra casamento gay e aborto. O que tem a ver isso com uma disputa de prefeitura? Ao invés de apresentar propostas para o eleitor o PSDB da Floresta fica num jogo medíocre para ver qual dos candidatos vai para o céu ou o inferno.

Os tucanos da Floresta mostram tanto amadorismo com esta postura que se confrontam com bandeiras “modernas” do partido. Sua principal estrela, o ex-presidente FHC, é defensor da liberação da maconha. Até hoje o eleitor de Bocalom não viu uma proposta detalhada de como seus projetos serão executados.

Apresentado como o novo, mas representando o velho grupo político que está há 13 anos no poder, Marcus Alexandre começou bem. Vestindo o amarelinho tenta desvencilhar-se do Vianismo. Carrega nas costas processos e investigações herdadas de companheiros que passaram pela administração do Deracre. Não é o novo, representa o velho.

Sua campanha perdeu o rumo. Fica atacando Tião Bocalom e se esquece de apresentar melhor seu plano de governo elaborado com a ajuda de 2.000 felizes pessoas. A campanha vai com os pés no chão do Ruas do Povo esburacado e já na lama. Não representa o novo, mas a continuidade. Sabemos que ele pode até ter as melhores atribuições, mas chegando ao poder terá seu trabalho controlado pelos chefes do PT.

Fernando Melo (PMDB) até agora não disse para quê veio. Fala num tal cuidar do que tá bom e arrumar o que tá mal feito. Para quem saiu do PT ontem fica até ruim fazer críticas duras aos ex-companheiros; deixa com o Calixto.   

A campanha está ruim. O eleitor está perdendo todas. Que venha logo sete de outubro e o povo exerça sua soberania na urna. Que essa baixaria acabe de uma vez por todas e voltemos a assistir à novela no horário nobre, que fica tão pobre com nossos candidatos.

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