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sábado, 1 de setembro de 2012

Dilma faz beicinho para Jorge

O cabo de guerra do Código Florestal não coloca em lados opostos somente ambientalistas e ruralistas. Na semana que passou a votação da medida provisória enviada pelo governo ao Congresso para recompensar o estrago feito pela bancada ruralista na Câmara criou um mal-estar na própria base governista. Enquanto a assessoria do senador Jorge Viana (PT) o colocava na imprensa local como o herói da votação na comissão mista, em Brasília Dilma Rousseff soltava fumaça.

Apontado como o grande alfaiate da costura política que possibilitou a alteração da MP, Jorge Viana e seu colega Luiz Henrique (PMDB-SC) receberam a reprovação do Planalto. O descontentamento do governo foi flagrado nos bilhetes da presidente Dilma para suas ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente).

Em resumo a presidente queria saber: Que negócio é esse de fazerem acordo sem o meu conhecimento? As ministras tentaram encontrar alguma desculpa para não levarem mais broncas da chefe. Não adiantou e Dilma determinou: a MP deve ser votada no Senado da forma como o governo enviou.

Logo depois a ministra do Meio Ambiente considerou o acordo costurado por Jorge Viana um “retrocesso”. Já Jorge Viana, para justificar, afirmou que a votação na comissão foi o “acordo possível”. Mostrando não ter gostado da bronca de Dilma, ele escreveu no Twitter:

“Nem tudo o que se vota no Congresso é por ordem ou acordo do governo. Votação da Medida Provisória é prerrogativa do Congresso. Evitou-se um desastre.”.

A briga é por conta da “escadinha”, como o governo passou a chamar os limites de recuperação das margens de rios nas propriedades rurais. Dilma quer que a recuperação ocorra conforme o tamanho de cada terra: o pequeno recupera menos, o médio um pouco e o grande mais.

O texto original previa a recuperação de 20 metros de cada margem em propriedade de 4 a 10 módulos fiscais com rios de até 10 metros. Em imóveis com mais de 10 módulos a área recuperada deveria ser de 30 metros. Com o acordo firmado por Jorge e Luiz Henrique, propriedades de 4 a 15 módulos precisam recuperar, no mínimo, 15 metros. Ou seja, acabou-se com a diferenciação entre pequenos e grandes produtores rurais. ão entre pequenos e grandes produtores rurais.

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