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terça-feira, 16 de agosto de 2022

O clima das eleições

Brasil volta às urnas sem a opção de “candidatura verde” em 2022


A lacuna de candidaturas ligadas às propostas ambientais ocorre mesmo com a pauta do meio ambiente sendo uma das mais debatidas pela sociedade 


O Brasil volta às urnas neste ano de 2022 num dos processos eleitorais mais importantes desde a redemocratização sem candidatos a presidente com nomes ligados diretamente à agenda ambiental.  É a primeira vez desde as eleições de 2010 que o eleitorado não terá à disposição uma “candidatura verde”.A lacuna ocorre mesmo com a pauta do meio ambiente sendo uma das mais debatidas pela sociedade brasileira desde 2019, e diante da desestruturação da política ambiental promovida pelo governo Jair Bolsonaro (PL), que tenta permanecer por mais quatro anos no Palácio do Planalto. 

Conforme consta nos registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 12 candidatas e candidatos vão disputar os votos de mais de 156 milhões de brasileiros. Essa diversidade de candidaturas envolve os partidos das mais diversas matizes, mas sem nenhum oficialmente ligado à agenda de proteção da natureza – como PV ou Rede. 

Nas três últimas eleições presidenciais, a ex-senadora Marina Silva concorreu como a candidata oficial da pauta ambiental por conta de seu histórico de militância política no Acre, sendo parceira das lutas lideradas por Chico Mendes em defesa dos povos da floresta. Foi pelo estado que ela obteve os dois mandatos consecutivos de senadora pelo PT. Em 2003, assumiu o Ministério do Meio Ambiente no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Após desentendimentos e romper com o partido de origem, Marina se lançou candidata à Presidência em 2010 pelo PV. Em 2014, concorre como vice na chapa de Eduardo Campos (PSB), assumindo a campanha após a morte do ex-governador de Pernambuco num acidente aéreo.  Ela ficou em primeiro lugar nas pesquisas logo após a tragédia, mas ficou desidratada diante dos ataques frequentes promovidos pelos adversários, sobretudo Dilma Rousseff (PT) que buscava sua reeleição. 

Após a campanha, a ex-senadora decidiu criar seu próprio partido, nascendo a Rede Sustentabilidade (REDE), por onde voltou a pleitear a cadeira de presidente em 2018. Mas, ao contrário dos últimos pleitos, Marina teve uma votação pífia: 1% dos votos.

Com uma mudança de domicílio eleitoral, Marina concorre ao cargo de deputada federal por São Paulo em 2022. Em sua terra natal, a onda bolsonarista e anti-ambiental que ainda persiste na região a inviabilizaria para vencer a qualquer cargo.   


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