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terça-feira, 16 de agosto de 2022

falta de planos

Plano de governo de Bolsonaro defende “harmonização ambiental” e põe em xeque dados do desmatamento do Inpe


O plano de governo de Jair Bolsonaro para reeleição tem propostas questionáveis e um acerto para apoiar a Amazônia

 

Sem expor propostas plausíveis para tirar o Brasil do atual desastre ambiental no qual se encontra, o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), apresenta um plano de governo bastante vago para a política de meio ambiente. Com 48 páginas, o documento inclui conceitos que vão de “desenvolvimento sustentável” ao “mercado de carbono”, até o “hidrogênio verde”, mas no tocantes a propostas, se restringe a apresentar um balanço das ações desenvolvidas nos últimos três anos de combate às queimadas e ao desmatamento. 

Porém, a proposta omite dados oficiais sobre a aceleração da devastação dos biomas ocasionada pela adoção de uma agenda anti-ambiental e anti-indígena liderada próprio governo.  Num dos pontos, o plano fala sobre a necessidade de se adotar tecnologias mais confiáveis para os sistemas de monitoramento dos impactos ambientais.

O presidente da República bate de frente e questiona os dados sobre desmatamento e queimadas da Amazônia elaborados pelo próprio governo federal por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, defendendo a adoção de outros modelos.  

“Para este Plano de Governo, é fundamental, até para que o assunto tenha a necessária transparência, que seja determinado o desenvolvimento de metodologias que consolidem as bases de dados e harmonizem os resultados no sentido de balizar as políticas públicas contra queimadas de maneira mais assertiva”, diz trecho do documento.

Ao abordar a questão amazônica, o plano enfatiza o discurso sobre a soberania do Brasil na região. Essa é a retórica recorrente usada por Bolsonaro para afirmar que as críticas internacionais sobre o aumento de crimes ambientais seriam apenas interesses de governo estrangeiros pela floresta.

 “A Amazônia brasileira é um patrimônio da Nação brasileira. A soberania brasileira é inquestionável e inegociável.”. O documento ainda trata da regularização fundiária e da concessão de áreas de floresta ao setor privado como base para a “exploração racional e sustentável da Amazônia”. Com a explosão dos casos de invasões de terras públicas na região a partir de 2019, a regularização fundiária é um tema sensível.

O temor é que essas propostas de “regularização” de propriedades rurais a toque de caixa acabem por fomentar, ainda mais, a prática da grilagem. Com o governo Bolsonaro, terras indígenas e unidades de conservação registraram aumento nos casos de invasões.  


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