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segunda-feira, 15 de agosto de 2022

a fronteira da devastação

 Governadores da nova fronteira do desmatamento buscam reeleição 

A criação de uma zona do agronegócio na divisa do Acre, Amazonas e Rondônia (ainda) não avançou, mas a devastação da floresta disparou. Mas nada disso parece mudar a vontade do eleitorado da região

 

 

Os governadores do AC, Gladson Cameli, e de RO, Marcos Rocha (Foto:Secom/AC_


Os governadores dos três estados da Amazônia que mais chamaram a atenção pelo recente aumento do desmatamento chegam às eleições de 2022 como favoritos à reeleição. Seguidores da cartilha do presidente Jair Bolsonaro (PL), de fragilização da política de proteção ambiental, Gladson Cameli (Progressistas), do Acre; Coronel Marcos Rocha (União Brasil), de Rondônia; e Wilson Lima (União Brasil), do Amazonas, recorrem ao discurso de fortalecer o agronegócio como forma de impulsionar o desenvolvimento.


Uma das formas encontradas para isso foi a adoção de práticas – como o enfraquecimento das fiscalizações e mudanças na legislação estadual – que resultam (no aumento ) na devastação da Amazônia em seus respectivos estados. 

Em 2021, o Amazonas ficou em segundo lugar como o estado que mais aumentou a área desmatada do bioma, conforme os dados do Relatório Anual do Desmatamento no Brasil 2021 (RAD21), elaborado pelo MapBiomas com base em dados oficiais.

Em 2021, o Amazonas perdeu 194.498 hectares de floresta, com um aumento de 50% na comparação com 2020, ficando atrás apenas do Pará no ranking nacional de desmatamento no bioma. Rondônia teve desmatados 130.266 hectares da cobertura florestal do território; outros 64.147 hectares da Amazônia desapareceram no Acre no mesmo período. Todos os três apresentaram ampliação na área de floresta perdida ante 2020.

Em 2019, os três governos ensaiaram a criação de uma zona de desenvolvimento comum do agronegócio na área da tríplice divisa. A proposta seria seguir o modelo da zona chamada Matopiba, formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Para isso, até um nome foi dado: Amacro – sigla para Amazonas, Acre e Rondônia.

A iniciativa não decolou, mas as pressões sobre a preservação da Amazônia nesta tríplice divisa amazônica só aumentaram. A desestruturação dos órgãos ambientais, não só por parte de Brasília, como também nos estados contribuiu.

Segundo o relatório do MapBiomas, Amazonas e Rondônia têm quatro dos dez municípios brasileiros responsáveis por 23% da área total desmatada no país. Todos eles estão justamente na região que formaria a Amacro, incluindo a capital rondoniense, Porto Velho.

Os municípios do Amazonas campeões em desmatamento estão na porção sul do estado: Lábrea, Apuí e Humaitá. Dos 50 municípios do país líderes em desmatamento, três estão no Acre: Feijó (23º), Sena Madureira (41º) e Tarauacá (46º).


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