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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

O governo de todos (os aliados)


Neste segunda-feira, 11 de fevereiro, o engenheiro civil Gladson Cameli, 40, completa 41 dias à frente do governo do Acre. O período não pode ser comemorado como o de avanços em melhorias de serviços públicos como na saúde ou na segurança.

À medida que os dias avançam, as lágrimas progressistas por conta de uma possível “herança maldita” que recebeu de Tião Viana (PT) parecem seguir rio Acre abaixo, até seu encontro com o Purus. Pelo Acre, a enxurrada agora não vem só do carregado e cinzento céu do “inverno amazônico”.

Desde a semana passada, uma enxurrada de nomeações de aliados do governador Gladson Cameli são publicadas no Diário Oficial. Ao que tudo indica, crise fiscal é um termo do passado.  As vacas magras estão na engorda. Há espaço para nomear toda a parentela dos correligionários do atual governo.

Aquilo que tanto criticavam nos governos petistas, os atuais dirigentes do estado fazem do mesmo modo - e até de forma mais escancarada. Para evitar desgastes, uma das estratégias dos petistas era colocar a parentela em cargos nos gabinetes dos demais poderes, incluindo Ministério Público (o principal destino), o Judiciário e o Tribunal de Contas.

Agora não há desculpas; o governo “progressista” é como coração de mãe: sempre tem espaço para mais um. A mais recente nomeação foi da esposa do deputado federal Alan Rick (DEM).

Este caso, contudo, não representa muita novidade, já que os aliados do parlamentar estavam muito bem acomodados na estrutura do Executivo desde os tempos de Tião Viana, quando Rick foi eleito pela primeira vez, em 2014, para a Câmara dos Deputados pedindo votos para o então aliado petista.

Antes, o governador Gladson Cameli já tinha colocado sob o guarda-chuvas do Palácio Rio Branco os filhos do senador Márcio Bittar (MDB) e do ex-prefeito de Cruzeiro do Sul Vagner Sales (MDB); ambos ganhando elevadíssimos salários em tempos de vacas magras - ou caminhando para a engorda.

Enquanto isso, acreanos que não pertencem a nenhuma das castas que há anos dominam o xadrez político do estado, e que foram aprovados em concursos das polícias já há algum tempo, precisam protestar para ter o direito de serem convocados.

Enquanto o governo afirma não ter condições de contratar os novos policiais tão necessários para a sociedade por falta de recursos, a caneta de Gladson Cameli vai ficando sua tinta com as centenas de nomeações de apaniguados políticos. Certamente contratar um novo soldado para a PM traria muito mais benefícios para a sociedade, do que ver um filho de senador no gabinete de uma secretaria.

O governo Gladson Cameli vai entrando em descrédito em pouco tempo de poder. Afinal, foi eleito com a promessa de fazer diferente de tudo aquilo que foi praticado pelo petismo nos últimos 20 anos. Ao que se percebe até o momento, trata-se de mais uma promessa eleitoral.

O governo técnico também prometido há muito foi deixado de lado, conforme escrevi em artigo abaixo. A frustração pode ser o sentimento entre aqueles que, talvez, tivessem esperanças de alterações no modus operandi do novo governo (de todos os aliados). Para os mais experientes com a política, contudo, o que acontece atualmente era mais do que esperado.

  

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