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quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Curva para cima, floresta para o chão

Imazon aponta alta de 157% no desmatamento no Acre em outubro deste ano

Área desmatada e queimada para ampliação da pastagem (Foto: Jardy Lopes)

O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou nesta quarta-feira, 4, dados que confirmam a tendência de alta na destruição da Floresta Amazônica dentro do Acre a partir deste ano. De acordo com o estudo, em outubro último o estado teve desmatada uma área de 36 km2. Em outubro de 2018 ela foi de 14 km2, o que representa um crescimento de 157% na comparação entre os períodos.

O Imazon também aponta alta do desmatamento acumulado entre agosto e outubro do ano passado e os mesmos meses deste ano: 104 km2 e 220 km2, respectivamente; variação de 112%.

Os números do Imazon vêm duas semanas após o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) já ter comprovado que, em 2019, o Acre voltou a registrar níveis recordes de desmatamento após 15 anos de relativo controle. Segundo o Prodes/Inpe, o total de floresta derrubada saiu de 444 km2 no ano passado para 688 km2 neste; elevação de 55%.

O aumento registrado pelo Acre foi o segundo maior na Amazônia Legal, ficando atrás apenas de Roraima, cuja alta foi de 216%. Em números absolutos, porém, a área desmatada no Acre foi maior que a de Roraima, que teve 617 km2 destruídos.

(Leia também: Um lamentável recorde)

Todo este crescimento elevado ocorre em meio às novas políticas econômicas e ambientais adotadas tanto pelo governo local quanto o federal. No plano regional, a gestão Gladson Cameli (PP) coloca o grande agronegócio como carro-chefe da política de desenvolvimento do estado, em detrimento das políticas de valorização dos ativos florestais.

Com as políticas de valorização da economia florestal praticamente abandonadas pelo novo governo - mais as desestruturações promovidas pelo Palácio do Planalto nas ações de fiscalização e repressão ao desmatamento ilegal - o estado voltou a ver sua Floresta Amazônica sendo destruída de forma acelerada. O Acre ainda mantém preservados 87% de sua cobertura florestal original. 


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