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quarta-feira, 13 de novembro de 2019

A ofensiva continua

Ricardo Salles vai transferir para governo estadual licenças ambientais de rodovia no Juruá 


O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, durante visita ao Acre em junho (Foto: Luciano Tavares)


Em reunião realizada nesta terça-feira, 12, em Brasília, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou a um grupo de parlamentares do Acre que vai transferir para o governo estadual o processo de licenciamento ambiental para a construção de rodovia numa das regiões mais bem preservadas da Amazônia, o Vale do Juruá, no extremo oeste acreano.

A estrada interligará a cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre, a Pucallpa, capital do departamento peruano de Ucayali. A região - dos dois lados da fronteira - está entre as mais bem preservadas da Floresta Amazônica, detendo a maior concentração de biodiversidade do planeta.

Como há unidades de conservação federal na área, o processo de licenciamento não poderia ser realizado pelo governo Gladson Cameli (PP), principal entusiasta do projeto. Caso ocorra esta transferência como sinalizada pelo ministro, a tendência é que todo o processo ocorra de forma célere e em tempo recorde.

“Esse ponto de ligação entre o Brasil e o Peru, através do Acre, será importante para o Brasil como o todo, e pretendemos ajudar o Acre a alcançar esse sonho de desenvolvimento”, afirmou Ricardo Salles durante reunião com parlamentares e empresários do Vale do Juruá.

Além do Parque Nacional da Serra do Divisor, a rodovia também impactará a Terra Indígena Poyanawa, cuja concessão de licença precisa passar pela Fundação Nacional do Índio (Funai), tendo que ter, principalmente, o aval da população que vive no território.

O governo afirma não ter problemas de a estrada cruzar o Parque Nacional da Serra do Divisor, já que o decreto de sua criação, assinado em 16 de junho de 1989 pelo então presidente José Sarney, previa esta possibilidade.

A discussão entre ambientalistas, contudo, está nos imensuráveis impactos ambientais que a rodovia causará numa das últimas regiões da Amazônia mais bem preservadas.

Entenda mais sobre este caso na postagem abaixo  


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