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sexta-feira, 17 de março de 2023

fora de ambiente

Defensor do garimpo, José Priante assume Comissão de Meio Ambiente da Câmara


Em seu 7º mandato de deputado, José Priante (MDB-PA) já teve entre doadores de campanha mineradoras como Vale e Imerys Brasil. Em 2022, pediu fim de operações de combate ao garimpo na TI Munduruku

 

 

Dep. Priante (MDB-PA), eleito presidente da CMA da Câmara (Foto: Agência Câmara)

Ocupando uma cadeira de deputado federal desde 1995, o advogado José Priante (MDB-PA) foi eleito, na quarta-feira,15, o novo presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. Primo do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), Priante é visto no estado como político com bastante ligação com a atividade minerária e sem nenhum histórico de atuação em defesa da causa ambiental. Ele recebeu o voto de 13 colegas, contra duas abstenções.  


“Compreendo a responsabilidade, o momento que o país atravessa, o debate no que diz respeito à sustentabilidade, o momento de pensar o país para as próximas gerações. A necessidade de mediar os trabalhos numa comissão tão sensível, onde temos representantes, pela pluralidade da Casa, que pensam diferente. Mais do que um voto, procurar ser o mediador do debate”, disse Priante em seu discurso de posse. 

O parlamentar disse estar preparado para intermediar e garantir oportunidades a todas as forças políticas representadas na Comissão de Meio Ambiente.”Venho de um estado que é foco de observação mundial e nacional, que é um estado amazônico, que é o estado do Pará, com reservas ambientais imensas, com conflitos profundos lá das entranhas da Amazônia que precisam ser debatidos.”    


Assista à sessão de instalação da Comissão de Meio Ambiente


De acordo com reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo”, de novembro de 2017, Priante recebeu quase meio milhão de reais de mineradoras com atuação no Pará para sua quinta campanha de reeleição para a Câmara, em 2014. Segundo a reportagem, o emedebista era alvo de inquérito sigiloso, em tramitação no Supremo Tribunal Federal, que investigava possíveis irregularidades no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) no Pará. Ao Estadão, Priante negou qualquer irregularidade.

As investigações começaram em 2015, a partir da deflagração da operação Grand Canyon, da Polícia Federal. Os investigadores detectaram possível esquema de cobrança de propina por servidores do DNPM no Pará, cujas indicações foram feitas pelo deputado. As propinas, segundo a PF, eram cobradas pelas emissões de autorização de títulos minerários no Pará.

Entre os doadores da campanha de Priante em 2014 está a Vale. A mineradora repassou R$50 mil. A Imerys Rio Capim Caulim S.A. doou mais R$ 100 mil.  Sediada em Barcarena, um dos municípios paraenses mais impactados pela mineração, a Imerys Brasil se apresenta como empresa que  “extrai e/ou beneficia os minérios de Carbonatos de Cálcio, Caulim e Perlita”.

O parlamentar paraense também já fez discursos em defesa do garimpo, criticando a atuação da Polícia Federal durante operação na Terra Indígena Munduruku, no começo do ano passado, e que resultou na destruição de maquinários dos garimpeiros.   

“Não estou defendendo o garimpo ilegal, a irregularidade, mas afirmo que garimpeiro não é bandido. É desinteligente destruir o equipamento. Não tem ambientalista que me justifique isso. É um desperdício destruir ativos. Eu sou a favor de que seja coibida a atividade irregular. Está se criando um clima de guerrilha”, afirmou ele à época.

Em outra frente, o agora presidente da Comissão de Meio Ambiente se reuniu com o então chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro, Ciro Nogueira, para pedir o fim das operações de combate ao garimpo no território Munduruku.  


A influência de Helder Barbalho na escolha 

(continue lendo em ((o)) eco)

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