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quinta-feira, 6 de outubro de 2022

território (quase) controlado

 Na Amazônia, desafio de Lula é manter favoritismo até o segundo turno


O petista foi o mais votado em 5 dos 9 estados da região; atual presidente consolidou força em estados bolsonaristas 

 

 

Lula durante ato de campanha em Belém, em setembro (Foto: Ricardo Stuckart)

Após sair como o candidato a presidente da República mais bem votado no primeiro turno, o petista Luiz Inácio Lula da Silva iniciou as articulações políticas para manter o favoritismo, incluindo sua vantagem na Amazônia Legal. É na região onde ele trava disputa de voto a voto com Jair Bolsonaro (PL).  Em meio ao cenário de acirramento, o ex-presidente acabou se saindo melhor. Dos nove estados da Amazônia Legal, Lula foi o mais votado em cinco, entre eles Tocantins, estado que tradicionalmente vota em candidatos da direita por conta da influência do agronegócio.  

O primeiro apoio formal de lideranças políticas da região ao petista foi do governador reeleito do Pará, Helder Barbalho (MDB). Os dois se encontraram nesta quarta-feira, 5, em São Paulo, e oficializaram a aliança. A adesão de Helder pode ser vista como mais uma de suas estratégias para obter ainda mais força entre os eleitores paraenses. No Pará, Lula obteve 52,22% dos votos válidos, enquanto Bolsonaro recebeu 40,27%.

Por sua vez, Helder Barbalho foi reeleito com 70,41% dos votos – a maior votação proporcional do país entre os governadores. Com toda essa força no maior colégio eleitoral da Amazônia Legal, Lula não mediu esforços para receber o apoio de Helder. O paraense foi um dos poucos governadores a fazer oposição a Bolsonaro durante a crise da pandemia.

Na área ambiental, em meio ao desmonte da política do governo federal de proteção aos biomas brasileiros, Barbalho tentou se apresentar como o “embaixador da Amazônia” no cenário internacional, mesmo com o Pará se mantendo no topo do ranking de desmatamento e queimadas.    

Com 2,6 milhões de eleitores e sendo o segundo maior colégio eleitoral da região, o Amazonas também deu a Lula vantagem nos votos: 49,58%. Já seu adversário direto, Bolsonaro, teve 42,80%. No estado, o palanque de Lula é garantido pela candidatura de Eduardo Braga (MDB), ex-governador e atualmente senador.  

Braga começou a disputa em terceiro lugar nas pesquisas, atrás do candidato à reeleição Wilson Lima (União Brasil) e de Amazonino Mendes (Cidadania). Nas últimas semanas antes do primeiro turno, cresceu e acabou ficando em segundo. O apoio de Lula é apontado como um dos principais fatores para a ascensão. Braga está no segundo turno contra o bolsonarista Wilson Lima.

Mesmo com toda a influência do grande agronegócio antipetista no Tocantins, Lula ficou com 50,40% dos votos válidos, ante 44% de Bolsonaro. A boa votação do ex-presidente chamou a atenção pelo fato de o candidato do PT a governador, Paulo Mourão, ter recebido apenas 10,64% da votação.

Por lá, o governador-tampão Wanderlei Barbosa (Republicanos) foi reeleito (58,14%). Assim como no primeiro turno, conforme notícias da imprensa local, ele afirma se manter neutro na corrida presidencial nesta segunda etapa.

Na Amazônia Legal, Lula também foi o mais votado no Amapá e no Maranhão. No primeiro, a vantagem diante de Bolsonaro não foi tão grande: 45,67% para o petista, contra 43,41% do atual presidente. Pouco mais de 10 mil votos separaram Lula de Bolsonaro.

Cenário bem oposto do que ocorreu no Maranhão. O candidato do PT recebeu 68,84% da votação, enquanto o presidente obteve 26,02%. A força do lulismo em toda a região Nordeste explica esse resultado acachapante a favor do ex-presidente. 

 

leia texto completo em ((o)) eco especial Eleições 2022 na Amazônia 

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