Páginas

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Senado anti-ambiental

Maioria dos senadores eleitos na Amazônia Legal é aliada ao bolsonarismo


Dos nove vitoriosos, 6 já estão no Congresso; 3 se posicionam favoráveis à agenda anti-ambiental. Dos 3 sem mandato, 2 são do PL de Bolsonaro

 

Bagattoli, bolsonarista e ligado ao agronegócio, eleito senador por Rondônia (Foto: Divulgação)

 

Os resultados da votação do primeiro turno mostram a força do bolsonarismo na Amazônia Legal. Esse vigor é perceptível não apenas no desempenho de Jair Bolsonaro  (PL) e dos governadores aliados reeleitos, mas também nos nomes de quem venceu para o Senado. Dos nove senadores eleitos, cinco estão alinhados diretamente com a corrente política do atual presidente da República. O União Brasil elegeu a maior bancada, com três novos senadores na região, seguido pelo PL, com dois.   

Dos eleitos, quatro são deputados federais, dois senadores reeleitos e três sem mandato. Alan Rick (União Brasil), do Acre, Dr Hiran (PP), de Roraima, Beto Faria (PT), do Pará, e Professora Dorinha (União Brasil), do Tocantins ocupam cadeiras na Câmara dos Deputados.

Ao se analisar o histórico de votação deles na atual legislatura, percebe-se que a maioria vota favoráveis a projetos que fragilizam a política de proteção ambiental do país. É o que aponta a plataforma Monitor do Congresso, desenvolvida pelo ((o))eco.

Um dos casos é de Alan Rick, do Acre. O parlamentar bolsonarista votou favorável a todos os projetos analisados, incluindo o 6299/2002, o chamado PL do Veneno, que visa flexibilizar a legislação brasileira sobre o uso de agrotóxicos. Rick também disse Sim ao PL 2633/2020, conhecido como o PL da Grilagem, que afrouxa as regras sobre a titulação de áreas que podem ter sido alvo de invasões na Amazônia. 

Outros projetos que contaram com o aval do senador eleito pelo Acre são o PL 3729/2004 (que afrouxou as regras do licenciamento ambiental) e o PL 191/2020, cuja aprovação garantiu o caráter de urgência ao projeto que libera a mineração em terras indígenas. A proposta, apresentada pelo governo Bolsonaro, é vista como a carta-branca para a invasão dos territórios indígenas pela atividade garimpeira.

Alan Rick também tem se posicionado a favor do PL 6024/2019, que desafeta áreas da Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, e reduz a categoria do Parque Nacional da Serra do Divisor para uma Área de Proteção Ambiental (APA). Em 6 de novembro de 2019, Alan Rick participou de reunião, junto com outros parlamentares e moradores da Resex Chico Mendes autuados pelo ICMBio, com o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, para pedir o fim das fiscalizações dentro da unidade de conservação. 


leia texto completo em ((o)) eco especial Eleições 2022 na Amazônia

Nenhum comentário:

Postar um comentário