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segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Duelo à extrema-direita

Em Rondônia, dois candidatos disputam o governo e o titulo de o ‘mais bolsonarista’

 

O atual governador, Marcos Rocha (UB) e o senador Marcos Rogério (PL) disputam o governo. Ambos são aliados de Bolsorano que teve 64% dos votos no estado 

 

Marcos Rocha e Marcos Rogério disputam o governo de RO (Fotos: Divulgação)
 

O segundo turno das eleições para governador de Rondônia será marcado pela curiosidade de os dois candidatos ao cargo disputarem a  posição  de representantes do bolsonarismo. No estado, onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) apresenta elevada força eleitoral, a identificação com a sua imagem é essencial para se obter sucesso nas urnas. E, é justamente este o desafio do governador e candidato à reeleição, Marcos Rocha (União Brasil), e de seu adversário direto, o senador Marcos Rogério (PL).


Este duelo nada antagonista aparenta ser nada salutar para um dos estados da Amazônia Legal mais impactados pelo aumento das taxas de desmatamento e queimadas ao longo dos últimos três anos.

A elevação dos impactos se deu justamente por conta do desmonte da política ambiental promovida no plano federal por Jair Bolsonaro, como também pelos planos do governo local de fomento ao agronegócio, que passa pelo enfraquecimento da agenda estadual de meio ambiente. 

Tudo isso ocorre num estado já com histórico de pouca ou nenhuma valorização da política ambiental, em que a proteção da floresta é vista como um entrave para o desenvolvimento econômico, cuja base principal é a produção agropecuária.

Incluído no chamado “arco do desmatamento”, Rondônia é um dos estados mais impactados pela política da ditadura militar (1964-1985) de ocupação da região amazônica.

A disponibilização de vastas áreas de terra para quem estivesse disposto a “colonizar” a Amazônia, teve consequências não apenas ambientais, como também sociais. A chegada dos “colonizadores” do Sul e Sudeste do país provocou a expulsão das populações tradicionais e povos indígenas, muitas vezes de forma violenta.

Dos 237 mil km2 de seu território, quase 40% já foram afetados pelo desmatamento. Conforme os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Rondônia é o terceiro estado com a maior taxa de incremento do desmatamento dentro da Amazônia Legal, atrás do Mato Grosso e Pará.

Desde 2008 já foram mais de 14,1 mil km2 de floresta derrubada. Entre 2019 e 2021 o estado apresentou aumento da área destruída: 4,5 mil km2 no período. O ano passado foi o pior desde 2008.

Mesmo diante de todo esse passivo ambiental, a adoção de políticas para a proteção da floresta não está entre as grandes preocupações na sociedade local, o que se reflete no resultado das urnas ao longo das últimas décadas.

Tanto Rogério quanto Rocha apresentam em seus discursos de campanha o fortalecimento do agronegócio e investimentos em infraestrutura para assegurar a expansão da produção agropecuária do estado.

Independente de quem saia vencedor na votação do próximo dia 30, o certo é que a política ambiental de Rondônia não passará por alterações, com vistas a não travar o “progresso do agronegócio”. O plano de governo de Marcos Rocha e Marcos Rogério são vagos nas propostas para as políticas estaduais de meio ambiente. 

 

leia a reportagem completa em ((o)) eco

 

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