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quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Setembro em chamas

Acre tem 1.000 focos de queimadas nos 10 primeiros dias de setembro 


Queimada em roçado na zona rural de Feijó; com estresse térmico de setembro, há risco de fogo entrar na floresta
(Foto: Sérgio Vale)

O Acre registrou - apenas nestes 10 primeiros dias do mês - 1.066 focos de queimadas em todo o seu território, segundo os dados de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número representa um terço do registrado em todo o mês de agosto, quando o estado bateu o recorde com mais de 3.000 focos de incêndios florestais.

Até esta terça-feira (10), os números do Acre superavam até mesmo o do vizinho Amazonas, que tem um território quatro vezes maior; Nesta primeira dezena do mês, o Amazonas teve registrado 1.027 focos.

Diante deste cenário, o governo do Acre se viu obrigado a pedir reforço federal para o auxílio aos combates às chamas, solicitando o envio de 30 bombeiros da Força Nacional de Segurança Pública. A preocupação é que o fogo em áreas de derrubadas e roçados entre na floresta fechada por conta da baixa umidade.

Com a vegetação mais seca dentro da mata por conta do longo período sem chuvas em alguns ponto do estado, acaba-se criando o combustível ideal para as chamas entrarem na floresta.

Setembro é o mês que mais preocupa as autoridades por nele ocorrer o chamado estresse térmico: quando há as elevadas temperaturas com umidade do ar abaixo da média, criando ambiente propício para o fogo se espalhar pela floresta fechada.

Em setembro do ano passado, o Inpe registrou, no Acre, 4.379 focos de queimada. A se manter a tendência registrada nestes 10 primeiros dias, os focos em 2019 podem ficar acima. Os membros do Comitê Estadual de Gestão de Riscos Ambientais trabalham com a pior das hipóteses, e de olho na previsão do tempo para saber como será o nível das chuvas até o fim do mês.

É a quantidade de água que cairá sobre o estado que definirá o risco de o Acre enfrentar incêndios dentro da floresta nos próximos dias. A operação Verde Brasil - conduzida pelo governo federal - capacitou 240 militares do Exército no estado para atuarem no combate às queimadas.

Até o momento ainda não houve o uso efetivo deste reforço, com os bombeiros acreanos ainda dando conta do serviço.

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