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sábado, 18 de maio de 2019

Exemplo a seguir

A ministros das economias mais ricas, índios do Acre mostram seu papel na preservação do planeta


Na semana que passou, a Organização das Nações Unidas  (ONU) divulgou o mais completo estudo sobre a ameaça de extinção de espécies no planeta nos próximos anos. De acordo com a pesquisa, um milhão de espécies - entre animais e vegetais - correm o risco de desaparecerem se medidas urgentes não forem tomadas a partir de agora.

O estudo, o maior sobre biodiversidade, foi elaborado pela Plataforma Intergovernamental Sobre a Biodiversidade e os Serviços Ecossistêmicos (IPBES), deixando claro que ocorre neste momento “um declínio sem precedentes” para a sobrevivência das espécies.

Em meio a estas discussões, lideranças indígenas do Acre mostraram ao ministros do Meio Ambiente das sete economias mais ricas do mundo - o chamado G7 - o papel essencial  que suas comunidades desenvolvem dentro dos territórios tradicionais para a sua sobrevivência e das espécies que vivem no seu interior.

O uso dos recursos florestais de maneira equilibrada - de forma a tirar apenas o necessário - é uma das fórmulas encontradas pelos indígenas para garantir a vida desta e das futuras gerações.

Estes territórios, agora ameaçados pelo governo Jair Bolsonaro, que quer rever demarcações já realizadas, retardar ainda mais as que estão há décadas na fila de espera, além de permitir atividades como a mineração, cujos impactos ambientais seriam imensuráveis.     

"Aqui, vemos uma política muito ampla que é responsável por milhões de pessoas, e se a gente não escuta os melhores exemplos, os governos podem destruir todo um país. Para construir é difícil, mas para destruir é muito rápido. Vejo que a economia para dar certo, precisa ter humanidade”, disse Benki Piyãko, liderança do povo Ashaninka, cuja terra (a Kampa do Rio Amônia) está localizada em Marechal Thaumaturgo, Vale do Juruá.

O Juruá, por sinal, é a região do planeta com a maior concentração de biodiversidade. Benki participou nas últimas semanas de dois importantes fóruns mundiais para tratar do tema: um em Nova York, na sede da ONU, e outro na cidade francesa de Metz, onde ocorreu a reunião dos ministros do G7.

"Nosso povo tem uma história que diz: O bom guerreiro, um bom protetor, é homem de conhecimento e aquele que carrega no seu corpo e na sua vida pouca coisa. Não precisa levar um mundo, e a gente simplifica a maneira de viver", disse o Ashaninka, fazendo uma comparação entre o modo de vida simples das populações tradicionais, e a sociedade de alto consumo do dito “mundo civilizado”.     

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