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quinta-feira, 19 de agosto de 2021

desburocratizar para detonar

Durante sua campanha ao governo do Acre, em 2018, o então senador Gladson Cameli (PP) dizia que iria desburocratizar, flexibilizar a legislação e a fiscalização ambiental para alavancar o agronegócio. Desde então, o Acre tem batido recorde de desmatamento e queimadas ano após ano. Em 2021, continuamos, proporcionalmente, à frente de estados como Amazonas, Mato Grosso e Pará no registro de focos de queimada, quando se compara com o ano passado.


Em julho deste ano, o total de área desmatada no Acre chegou a 313 quilômetros quadrados; na comparação com o mesmo mês de 2020, houve o aumento assustador de 124%, quando o estado perdeu 140 quilômetros quadrados. Os dados fazem parte do boletim de desmatamento elaborado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

Ou seja, a devastação da Floresta Amazônica continua numa velocidade acelerada, e sem perspectiva de contenção. O ambiente político local, desde a eleição de Gladson Cameli, passou a ser totalmente favorável para se ter a garantia da impunidade para quem destrói o meio ambiente.

Cameli desautorizou os fiscais do Imac (instituto de Meio Ambiente do Acre) de realizarem seus trabalhos, e disse que ninguém mais precisava pagar multa ambiental porque "agora quem está mandando sou eu". "Não pague", disse ele, em 2019, ao assumir o governo.

Neste mesmo discurso ele e seu secretário de Meio Ambiente, Israel Milani, continuam a sustentar, mesmo uma devastação da Amazônia sem precedentes em curso no Acre. “O governador nos deu a missão de destravar as políticas ambientais do nosso estado e é isso que estamos fazendo dentro da legalidade”, disse Milani, em junho, em agenda ao lado de Cameli, em Cruzeiro do Sul.

As palavras dele foram corroboradas pelo chefe: “O que mais eu peço para a minha equipe é que não atrapalhe a vida das pessoas. O lema do nosso governo é desburocratizar”. O tal desburocratizar e não atrapalhar a vida das pessoas, entendam, nada mais é do que fragilizar a fiscalização e não ter emissão de multas para quem está destruíndo a Amazônia.

O resultado dessa política? Sentimos os efeitos práticos dela todos os dias.


Assista ao vídeo abaixo e entenda o porquê de estarmos enfrentando, ano após ano, essa crise ambiental.  

 


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