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sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Desarticulado

Sem articulador oficial, governo enfrenta dificuldades para compor Mesa na Aleac

Desprovido de um articulador oficialmente nomeado para tratar da relação política do Palácio Rio Branco, o governador Gladson Cameli (Progressistas) enfrenta certa dificuldade e resistência de aliados para concluir, de uma vez por todas, o processo de composição da nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac).

Apesar do consenso já encontrado entre a grande maioria dos deputados - incluindo os da oposição - de o próximo presidente ser Nicolau Júnior (Progressistas) e o tucano Luiz Gonzaga o primeiro-secretário, o MDB decidiu não jogar a toalha e continua no pleito pela cadeira que tende a ficar com o PSDB.

Em reunião realizada no início da noite desta terça (23) entre os parlamentares da base e da Frente Popular, ficou definido que os emedebistas ficariam com a segunda-secretaria.

Os parlamentares da legenda, que elegeu a maior bancada, não ficaram satisfeitos, além de haver disputa interna para saber quem será o indicado para estar na Mesa.

Todo este impasse acontece a pouco mais de uma semana para o Legislativo voltar do recesso. A ausência de interlocução direta por parte do governo no processo de composição da Mesa Diretora é um dos principais motivos para a falta de consenso.

Oficialmente o Palácio Rio Branco não tem um interlocutor político. Apesar de ter sido criada a Secretaria Extraordinária de Articulação Política, ela ainda não teve um titular nomeado. O cotado para assumir a função é o emedebista Vagner Sales, ex-prefeito de Cruzeiro do Sul e esposo da deputada eleita Antônia Sales (MDB), que quer voltar à Mesa.

Entre 2007 e 2010 a parlamentar foi a vice-presidente da Casa na gestão de Edvaldo Magalhães (PCdoB). Ela tem como concorrente o deputado eleito Roberto Duarte Júnior (MDB), que era vereador da capital antes de sair vitorioso nas urnas em outubro.

O MDB não está satisfeito com o segundo cargo mais importante da Aleac, a primeira-secretaria, ser “entregue de bandeja” aos tucanos.Nos bastidores há queixas da gula dos tucanos por já estarem na vice-governadoria e ocuparem os espaços tidos como os mais privilegiados dentro do governo.

Quem tem tentado atuar como bombeiro neste incêndio é o próprio Nicolau Júnior, acompanhado do atual presidente da Casa, Ney Amorim (sem partido), que faz uma espécie de consultoria política informal entre o governo e os deputados para se encontrar o denominador comum.

A oposição já está satisfeita com o espaço que ocupará na futura Mesa Diretora, assistindo de camarote o cabo-de-guerra entre os governistas, desamparados pela liderança ativa e forte de emissários palacianos.  

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