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quarta-feira, 30 de novembro de 2022

garimpo adentro

Promessa de Lula, combate ao garimpo se mostra desafio na Amazônia


Destruição de balsa na região do Médio Juruá, no Amazonas, mostra avanço da mineração ilegal nas regiões intocadas da floresta

 

Destruição de balsa no rio Juruá, no Amazonas (Foto: Divulgação)

Em meio às promessas do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de fazer do combate ao garimpo ilegal uma de suas prioridades para a reconstrução da política ambbiental brasileira, a atividae continua a se expandir pela Amazônia, chegand a regiões até então intocadas. É o caso do rio Juruá, no Amazonas, que desde junho deste ano registra a presença de grandes dragas de garimpo. A destruição, no dia 23 de novembro, de uma destas embarcações é a prova da expansão dos garimpeiros pela região do Médio Juruá, ameaçando comunidades ribeirinhas e indígenas. 

A explosão da balsa de garimpo aconteceu no município de Itamarati, distante quase mil quilômetros de Manaus. A operação foi realizada em conjunto entre Polícia Federal, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e PM do Amazonas.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas, a atividade garimpeira vinha ocorrendo em trecho do rio Juruá dentro da Terra Indígena Deni e TI Kanamari do Médio Juruá. Em junho, lideranças indígenas e extrativistas já denunciavam a invasão de suas terras pelas embarcações de garimpo. As denúncias foram levadas ao MPF pelo Fórum do Território Médio Juruá.

A partir de então, ainda no começo de novembro, os procuradores passaram a solicitar junto aos demais  órgãos federais. Entre eles a Agência Nacional de Mineração (ANM) para saber se licenças para a atividade de exploração mineral tinham sido concedidas, sem a devida consulta aos povos indígenas da região. Constatada a ilegalidade, foram iniciados os detalhes para a operação de destruição da draga, realizada em 17 de novembro.

Para representantes de organizações que atuam no Médio Juruá, a rápida reação das autoridades para reprimir o garimpo é essencial para contar o avanço da atividade na área. Conforme os relatos, as duas balsas que operavam no Juruá estavam em fase de prospecção.

O temor era o de que, caso fosse encontrado algum vestígios de ouro, “fofocas” fossem espalhadas e o Juruá ficasse tomado por “balsinhas”. Fofocas é a expressão usada pelos garimpeiros para espalhar informações sobre a presença de ouro numa região.

“Agora é ficar atento para ver se eles não voltam e tentar entender quem financia esse tipo de coisa. Pela estrutura que se tem é uma coisa grande. Essas balsas são grandes. É preciso tentar descobrir quem está por trás “, diz uma fonte ao ((o)) eco, que por questão de segurança pede para não ter  o nome revelado.

Ele também destaca a mobilização dos movimentos sociais da região para denunciar o caso ao MPF. “O garimpo não é uma realidade do Juruá, e espero que não seja nunca. Muito importante essa ação da sociedade civil organizada, e ter conseguido uma resposta tão rápida.” 


Reportagem completa em ((o)) eco

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