Páginas

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

com que roupa eu vou....

 Na COP 27, governador reeleito do Acre apresenta roupagem mais ambiental


Gladson Cameli, governador do AC Foto: Secom Acre)


Eleição de Lula com promessa de retomada da política ambiental justifica mudança de comportamento, depois de 4 anos com estado apresentando altas recordes de desmatamento e queimadas 


Após ter sido eleito para o governo do Acre, em 2018, com o discurso de desburocratizar a legislação e a política ambiental herdada dos 20 anos de governos petistas, Gladson Cameli (PP) se prepara para o seu segundo mandato falando mais em preservação da floresta e sustentabilidade. Pelo menos essas foram as suas falas para a comunidade internacional durante sua passagem pela conferência da ONU para o clima, a COP 27.


A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência da República pode ser vista como o principal motivo para a guinada mais ambiental do governador acreano, assim como os demais gestores bolsonaristas da Amazônia Legal. Tanto no primeiro quanto no segundo turno das eleições de 2022, Gladson Cameli fez campanha para Jair Bolsonaro (PL). No Acre, o atual presidente obteve 70% dos votos válidos. 

Nesta quarta-feira (16), Gladson Cameli teve seu primeiro encontro com o presidente eleito, durante a leitura da Carta da Amazônia, redigida pelo Consórcio de Governadores da Amazônia Legal, na COP 27.

“As pessoas que vivem na Amazônia precisam ter recursos para uma sobrevivência com qualidade de vida. E isso passa não só pela geração de empregos, mas também pela melhoria da nossa educação, da saúde pública, da segurança dos cidadãos e cidadãs, através de uma vigilância efetiva das nossas fronteiras”, discursou Cameli.

Nos últimos quatro anos, Cameli adotou a mesma cartilha de Jair Bolsonaro (PL) para a política de proteção ambiental: as mudanças das regras ambientais e a fragilização das ações de comando e controle para o combate aos crimes contra o meio ambiente. 

Como consequência, desde 2019 o Acre, estado que já foi pioneiro em termos de proteção aos 85% de cobertura florestal nativa, passou a registrar níveis recordes de desmatamento e queimadas.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), no primeiro ano do governador bolsonarista, o estado apresentou um incremento de 706,82 km2 no desmatamento. No acumulado entre 2019 e 2021, a área total desmatada é de 2.259,34 km2.     

O ano passado, por sinal, foi o pior na série histórica do INPE, cuja medição oficial começou em 1988. Ao longo dos 12 meses de 2021, o Acre derrubou 889 km2 do bioma amazônico. Mesmo com todos esses resultados desastrosos, Gladson Cameli sempre fez questão de participar de todas as conferências da ONU e outros encontros internacionais para o meio ambiente e mudanças climáticas.

“Eu posso te garantir que preservar isso não quer dizer que é o retrocesso da geração de emprego, pelo contrário é você se atualizar aos tempos atuais, e isso já temos provas no concreto que isso é viável e vou intensificar mesmo essa fiscalização”, afirmou Cameli, em entrevista ao ((o))eco na COP 27.

O governador chegou a culpar a situação da pandemia pela redução das fiscalizações ambientais no Acre. Segundo ele, com as medidas de isolamento social, agentes e policiais acabaram por reduzir as operações em campo. Agora, afirma ele, haverá uma política de retomada das ações de comando e controle para proteção da floresta.

“Eu vou manter os acordos [dos programas REDD), vou intensificar mais [as fiscalizações]. Nós temos um dos melhores programas de monitoramento do meio ambiente lá instalado já no Estado e inclusive ajuda até na questão da segurança também. Nós vamos focar nesses pontos para que a gente não venha aí final do ano que vem tá sofrendo aí esses esses aumentos”, disse ele. 

 

reportagem publica na íntegra em ((o)) eco



Nenhum comentário:

Postar um comentário