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segunda-feira, 12 de setembro de 2022

A economia da sobrevivência

 Candidaturas aos governos na Amazônia Legal prometem inserção no mercado de carbono

 

Após destruição do Fundo Amazônia pelo governo Bolsonaro, governadores da região tentam captar recursos internacionais dando como garantia a preservação do bioma 

 



Os candidatos e as candidatas aos governos que compõem os nove estados da Amazônia Legal apresentam como uma das principais propostas em seus planos de governo, como medidas para a preservação do bioma amazônico, a adoção de políticas para a captação de recursos por meio dos programas de pagamento por compensação ambiental, o conhecido REDD. Entre as estratégias, está a venda de crédito de carbono estocado nas áreas de florestas primárias dentro de seus territórios para o chamado mercado de carbono.


Com a intensificação dos efeitos das mudanças climáticas em todo o Planeta, cresce a corrida entre os países mais ricos e industrializados para amenizar os danos de suas emissões de gases do efeito estufa. Uma das formas mais práticas para isso é a compra de crédito de carbono. No mundo, as florestas tropicais, o que inclui a Amazônia, desempenham, entre os seus múltiplos serviços ambientais, a estocagem de carbono. Pagar para que os países detentores de florestas as mantenham em pé é a “compensação” adotada pelos maiores poluidores.   

De olho neste mercado potencial, os candidatos a governador na Amazônia Legal fazem promessas de acelerar o processo de regulamentação para ganhar alguns milhões de dólares da forma mais fácil possível: proteger a floresta do desmatamento.

Além de um arcabouço legal que permita suas entradas no mercado internacional de crédito de carbono, os governos regionais devem fazer o simples, mas nem sempre bem visto, eleitoralmente, por uma parcela da população local: uma política de tolerância zero ao desmatamento e às queimadas.   

Com a maioria dos atuais governadores da região aliados à agenda anti-ambiental do presidente Jair Bolsonaro (PL), flexibilizando as regras ambientais para alavancar o agronegócio, os estados vêm ampliando suas taxas de derrubadas e fogo desde 2019. Assim, mais carbono e outros gases poluentes são emitidos para a atmosfera. Na linguagem prática do mercado financeiro, menos floresta resulta em menos dinheiro.

Na região, Acre e Mato Grosso foram pioneiros na regulamentação de políticas públicas de REDD, que são os pagamentos monetários a governos, empresas e proprietários rurais que preservam suas áreas de floresta. No caso dos estados, um dos primeiros passos para executar estes programas de REDD/PSA (Pagamento por Serviços Ambientais), é a adoção do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE), que define quais áreas do território devem estar protegidas e quais podem ser exploradas pelas diferentes atividades econômicas.  

Ex-secretário de Meio Ambiente do Acre no governo Binho Marques (PT), entre 2007 e 2010, Eufram Amaral acompanhou de perto os primeiros passos tanto para a implementação do ZEE quanto do Sisa, o Sistema de Incentivo a Serviços Ambientais, que regulamenta os programas de captação e aplicação de recursos obtidos pela manutenção da Floresta Amazônica protegida; no estado, o bioma ainda ocupa 85% do território. 


Leia reportagem completa em ((o)) eco

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