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terça-feira, 13 de agosto de 2019

Cameli incendeia a floresta


Não há a menor dúvida de que o responsável pela atual crise ambiental e de saúde no Acre tem nome e sobrenome: Gladson de Lima Cameli, governador de um estado em chamas. As suas irresponsáveis palavras contra o órgão ambiental do governo, o Imac, é um dos principais incentivos para as pessoas terem a sensação de impunidade para voltar a fazer uso das queimadas em um período crítico do ano.

O Acre voltou a registrar níveis recordes de focos de queimada (leia post abaixo). Nestes primeiros dias de agosto, os dados são assustadores, quando comparados com anos e meses anteriores. A consequência são milhares de pessoas - em especial crianças e idoso - abarrotando nossos já caóticos hospitais públicos por problemas respiratórios.

Na natureza, a fauna e a flora são destruídas. Imagens de animais mortos por conta do fogo são horripilantes. Aquela área de floresta destruída pelas chamas levará centenas (talvez milhares) de anos para se recompor.

O que o governo Gladson Cameli tem feito? Nada. Sua reação é patética. Ao invés de reconhecer o seu erro e pedir desculpas pelo o que falou, o governador afirmou que sua fala sobre o Imac foi mal interpretada e distorcida pelos opositores. Uma argumentação chula e que não convence a ninguém; contra fatos não há argumentos.

Na semana passada, as autoridades ambientais se reuniram e descobriram o óbvio: a situação ambiental está crítica. Prometeram adotar medidas, entre elas decretar situação de alerta ambiental, como noticiado pela agência estatal de notícias. Falaram que o decreto seria publicado na segunda-feira, 12 de agosto.

Nem na edição de ontem nem da de hoje (13) o Diário Oficial traz a medida. Gladson Cameli sabe que assinar o decreto é um atestado de culpa pelo seu crime ambiental. Sim, a fala do governador contra uma instituição do governo, o Imac, é criminosa, pois se caracteriza como improbidade administrativa e prevaricação, passível de processo.

Ao invés de defender, proteger e fortalecer os organismos de governo, o chefe do Executivo vai em sentido contrário. A consequência salta aos nossos olhos e pulmões. O que antes ficava só em estatísticas e gráficos, agora é sensível. Além da vergonha de estarmos nas primeiras posições quando o assunto é desmatamento e fogo na floresta, ainda temos nossa saúde impactada por um governo irresponsável e omisso.     

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