Fotos: Assessoria Candidato |
“Enfrentamos uma crise que exigia experiência para enfrenta-la. 2015 e 2016 foram anos difíceis. 2017 e 2018 também serão anos difíceis e que é preciso um prefeito forte e experiente. Eu não deixei a crise matar Manaus. No Estado foi diferente”, disse o tucano, minutos antes de votar neste domingo.
Segundo ele, além da experiência de ter sido prefeito de Manaus por duas vezes (a primeira foi durante a década de 1980), o “dedo de Deus” também o ajudou a administrar a capital do Amazonas em tempos de cofres vazios. “Teve muito do dedo de Deus e da força que Ele me transmitiu.”
Os efeitos mais imediatos da crise foram a queda de receita e de repasses dos governos do Estado e federal para a prefeitura, o que comprometeu os investimentos. Dependente quase que exclusivamente de seu polo industrial, a cidade viu a recessão causar sérios impactos no setor. Estima-se que somente este ano 30 mil pessoas foram demitidas das fábricas do Polo Industrial de Manaus.
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Como principal oponente o tucano teve o jovem Marcelo Ramos (PR), de 43 anos de idade, e que nunca ocupou um cargo majoritário, tendo sido eleito apenas vereador e deputado estadual. Apesar da derrota, ele saiu como uma das principais lideranças políticas do Estado para as próximas eleições.
Mesmo se apresentando como o “novo” e o candidato da mudança, ele carregou o peso de ter como um de seus apoiadores o governador cassado José Melo (Pros) e ter no palanque velhos caciques da política local.
A pecha de o “candidato do Melo” explorada pela campanha do PSDB contribuiu para desgastar Ramos. Além de denúncias de corrupção nas quais o governo estadual está mergulhado, problemas de gestão em áreas como Saúde e Segurança Pública contribuem para a crescente impopularidade do governador.
Aliado de Melo até aos 45 do segundo tempo, Arthur Virgílio não pensou duas vezes antes de romper a aliança e buscar acordo com seu antigo adversário, o senador Eduardo Braga (PMDB). Descolado do governo e com uma gestão municipal bem avaliada, Arthur Virgílio parece não ter enfrentado dificuldades para a reeleição, isso num eleitorado não muito afeito a dar dois mandatos para prefeitos.
Desde 1997, quando da aprovação da PEC da reeleição, esta é a segunda vez que um gestor da cidade é reeleito. O primeiro foi Alfredo Nascimento (PR), ministro dos governos Lula e Dilma, que patrocinou a campanha de Marcelo Ramos.
Arthur Virgílio é membro de uma família política tradicional do Amazonas e foi eleito prefeito pela primeira vez em 1988. À época, era filiado ao PSB e teve como concorrente direto o ex-governador Gilberto Mestrinho, uma das principais forças políticas do Estado na década de 1980. Em 1989, Virgílio ajudou a organizar a criação do PSDB.
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