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quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Crises vizinhas -e a nossa

Roraima avalia decretar emergência por crise migratória venezuelana 

O governo de Roraima estuda a possibilidade de nas próximas semanas decretar situação de emergência por conta da entrada massiva de venezuelanos que deixam o país por conta da grave crise econômica. As cidade fronteiriças de Roraima têm recebido um grande número de imigrantes em busca de melhores condições de vida, já que na Venezuela falta o essencial para a sobrevivência, como alimentos e remédios.

Em 2016, o número de pedido de entrada no Brasil por venezuelanos superou o registrado nos últimos cinco anos. A estimativa é que mais de 30 mil pessoas já tenham atravessado a fronteira entre os dois países.

 A questão também já preocupa o governo federal. Uma reunião interministerial está marcada para acontecer na próxima semana no Palácio do Planalto. Entre os órgãos que vão participar estão os ministérios da Justiça, Casa Civil, Relações Exteriores, Polícia Federal e Agência Brasileira de Inteligência.

O governo de Suely Campos (PP) ainda não decretou situação de emergência por avaliar que a medida implicará no aumento de imigrantes, já que uma estrutura de acolhimento e suporte com ajuda federal seriam implementadas. Como os demais Estados, Roraima enfrenta dificuldades nas contas públicas por conta da crise brasileira, o que impossibilita o governo de acolher os imigrantes.

Sem previsão de uma trégua política na Venezuela que resulte na melhora da economia, a tendência é que o Brasil continue a receber mais venezuelanos.

Roraima avalia recorrer ao mesmo decreto de calamidade feito pelo Acre em 2013 por conta da crise provocada pela entrada de haitianos no Estado. Integrantes do governo estadual formaram um “gabinete de emergência” que analisa os impactos da questão migratória.

Desde o primeiro semestre, o governo roraimense vem expulsando, com a ajuda da PF, venezuelanos que estavam de forma irregular no Brasil. Somente esta semana 140 tiveram que sair do Brasil.

Sem trabalho, muitos partem para a informalidade, vendendo produtos nos semáforos de Boa Vista. Por conta da proximidade e interligação rodoviária, Manaus também passou a ser um dos destinos dos venezuelanos. A comunidade tem aumentado a cada dia na cidade.

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