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segunda-feira, 18 de julho de 2016

Madeira seco

Com vazante, Marinha restringe navegação no rio Madeira no período da noite 

Abastecimento de combustível para Acre e Rondônia pode ficar comprometido com seca atípica 

O baixo volume do rio Madeira na região de Porto Velho levou a Delegacia Fluvial da Marinha a restringir a navegação das embarcações no período noturno. A medida é uma forma de se evitar acidentes, já que grandes bancos de areias têm se formado com a descida rápida do nível das águas. A pouca quantidade de chuvas que atinge a região Sul da Amazônia desde o início do ano é a principal responsável pelo volume abaixo do normal para o período.

Com a vazante do Madeira, a travessia de balsa na região do Abunã, que interliga o Acre ao restante do País pela BR-364, pode ficar comprometida. Exemplo semelhante a população acreana já passou, quando o abastecimento de alimentos e combustível foi afetado. O volume baixo das águas obriga a redução do peso das balsas, aumentando o tempo de espera da travessia e a fila de veículos à espera da travessia.

Em Rondônia, a Marinha já trabalha com o estado de alerta por conta da vazante. “Já havíamos recomendado para que as embarcações evitassem a navegação noturna. Agora está proibida, porque há trechos em que o rio já está a três metros. E durante o dia é mais fácil navegar porque ainda é possível visualizar. Os bancos de areia costumam mudar de local e, com isso, eles podem aparecer aqui durante o dia, e a noite já ter mudado de local”, explica Carlos Félix, delegado fluvial de Porto Velho, ao site “Rondôniaagora”.

A falta de condições seguras de navegabilidade pode comprometer o abastecimento de combustível para Acre e Rondônia, já que os derivados do petróleo para estes Estados sai da Província Petrolífera de Urucu, no município amazonense de Coari, e chega até Porto Velho pela hidrovia do Madeira. Caso esta navegação de fato seja afetada, o combustível no Acre sairá de refinarias em São Paulo e Mato Grosso.

Quem também depende do bom volume de água no Madeira são as usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônia. As assessorias de imprensa dos consórcios que administram os complexos dizem que elas estão preparadas para operar com a vazante. As usinas afirmam operar, neste período, com um sistema chamado “fio d’água”, que permite o pleno funcionamento das turbinas geradoras de energia tanto em período de seca como de enchente.  

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