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terça-feira, 5 de abril de 2016

Busca perdida

Grupo de nove garimpeiros está desaparecido há mais de 120 dias na floresta amazônica

Tristeza, angústia, esperança. Um misto de sentimentos paira sobres as famílias de nove garimpeiros que estão desaparecidos desde o dia 8 de novembro de 2015 dentro da Reserva Biológica de Uatumã, uma unidade de conservação federal, no município de Presidente Figueiredo. Segundo a Polícia Civil do Amazonas, o grupo formado por oito homens e uma jovem entrou para garimpar ilegalmente na reserva, que fica distante a 300 quilômetros ao norte de Manaus.

A Polícia Civil fez buscas em janeiro, mas em vez de encontrar o grupo, achou uma intensa atividade ilegal de ouro e crime ambiental dentro da unidade de conservação.

Mesmo com os nove garimpeiros sumidos, o delegado Valdinei Silva, da 37ª Delegacia Interativa de Polícia Civil de Presidente Figueiredo, que comandou as investigações, já relatou o inquérito à Justiça sem uma resposta para o motivo dos desaparecimentos.

Silva diz que tinha duas suspeitas para o sumiço do grupo: crime relacionado à exploração ilegal de ouro ou um acidente. Uma terceira suspeita, um possível ataque por índios isolados, foi descartada.

O delegado Valdinei Silva disse que no momento a Polícia Civil não tem como realizar nova busca aos desaparecidos. “Temos muito trabalho na delegacia e a busca demora muito, demanda muita logística. A área a ser vasculhada é muito grande, precisamos de, no mínimo, 20 dias”, afirmou.

Com as buscas coordenadas pela Polícia Civil encerradas, as famílias continuam procurando seus parentes. A última tentativa deles de encontrar o grupo desaparecido começa nesta quinta-feira (24). Após apelos, uma equipe da Companhia Independente de Policiamento com Cães (Cipcães) da Polícia Militar irá entrar na Reserva Biológica de Uatumã com apoio de funcionários do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), gestor da unidade de conservação federal.

É como procurar uma agulha no palheiro. A reserva tem mais de 938 mil hectares de floresta densa, com muitos cursos d´águas e a presença de animais silvestres.

O caso lembra ao do jovem Jonathan dos Santos Alves, de 18 anos, que desapareceu por 50 dias, em 2008, em uma região de floresta, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A família fez buscas sem o apoio das autoridades estaduais. O caso aconteceu também em Presidente Figueiredo (107 km a norte de Manaus), mas em uma região do entorno da rodovia BR-174, que liga o Amazonas a Roraima. O jovem caçava na floresta com dois amigos e se distanciou do grupo.

O tenente Paulo Sérgio Cordeiro, da Companhia Independente de Policiamento com Cães, disse que a PM está arcando com os custos das novas buscas ao grupo de garimpeiros, enquanto que o ICMBio apoia com a logística. A Cipcães é especialista em busca de perdidos na selva.

Participam da operação na reserva Uatumã oito policiais militares, oito funcionários do ICMBio e três cães, diz o tenente Cordeiro. Seis embarcações serão empregadas na ação.  O grupo deve ficar oito dias dentro da Reserva Biológica de Uatumã, segundo o militar.

A Companhia Independente de Policiamento com Cães participou da primeira busca aos garimpeiros junto a Polícia Civil e outras instituições policiais no final do ano passado. O tenente Paulo Sérgio Cordeiro disse que foi vasculhada toda a área do rio Pitinga, um braço do Uatumã.

Veja matéria completa na Agência Amazônia Real 

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