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sábado, 7 de novembro de 2015

Made in Rondônia


A séria de nossa trágica comédia o Acre não Existe ganha mais um interessante capítulo: a falência da fábrica da Coca-Cola em Rio Branco. A última notícia que alguém poderia esperar seria a do fechamento de uma unidade produtora do refrigerante mais desejado e vendido do mundo –isso mesmo em tempos de crise. Mas como o Acre é o Acre, isso aconteceu por estas bandas.

O fato poderia ser hilário não fosse a tragédia de quase 200 pessoas ficarem desempregadas num Estado de economia já cambaleante e com raríssimas ofertas de emprego. O mais interessante é vermos o fechamento de uma fábrica em tempos em que o governo prega a prosperidade econômica do Acre, fazendo-nos acreditar que somos modelo para Estados Unidos, China, Japão e até Marte, onde talvez a fábrica da Coca fechada aqui seja aberta já que descobriram água por lá.

O governo Tião Viana (PT) até mudou o slogan da gestão neste segundo mandato para enfatizar o nosso salto rumo a um PIB chinês (Governo parceiro, povo empreendedor). Como tudo o que acontece há quase 20 anos de Frente Popular comandando o Acre, trata-se de mais uma propaganda enganosa, entre muitas. A Zona de Processamento de Exportação (ZPE), que seria nossa redenção, até hoje não saiu do papel mesmo com os milhões de reais já torrados.

Nenhuma indústria do país mostra interesse em investir nela. Se as poucas que ainda funcionam no Acre já estão arrumando as malas, o que dirá alguma desembarcar.

Enquanto isso o governo vai beneficiando empresas onde há o interesse direto deste mesmo governo, como a nova indústria de madeiras em Manoel Urbano, a Agrocortex. Para se instalar no Acre ela recebeu incentivos fiscais de R$ 135 milhões. Já outros setores da economia enfrentam sérias dificuldades e não veem outra alternativa senão a de encerrar as atividades.

A boa notícia é que nem tudo está perdido. Continuaremos a beber Coca-Cola. O problema é que, para os intelectuais do governo Tião Viana, haverá sempre o gosto amargo de ver nas embalagens dos refrigerantes da marca o selo “Made in Rondônia”.

(P.S. Em tempos da falência até da esquerda brasileira, de uma coisa os petistas acreanos terão orgulho: dirão que arruinaram o maior símbolo dos imperialistas ianques. Nem tudo está perdido no Acre)


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