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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Salve a Salvatti

A visita da ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Ideli Salvatti, ao Acre nesta sexta e sábado seria com bons propósitos de agenda oficial para tratar de temas relacionados à sua pasta, sobretudo a imigração de haitianos para o Brasil tendo Brasileia como porta de entrada. Como se trata de compromisso oficial, óbvio, todas as suas despesas e da equipe da secretaria foram pagas com recursos públicos.

Aproveitando o momento eleitoral em que o Acre passou a ser um dos centros das atenções do país por ser o berço político de Marina Silva (PSB), Salvatti não poderia perder a oportunidade para alfinetar a adversária direta de sua chefe, a presidente Dilma Rousseff (PT), que, assim como Salvatti, corre o risco de ficar desempregada a partir de 1º de janeiro de 2015 caso se confirme as pesquisas que apontam a vitória da ex-seringueira Marina no segundo turno.

Ao lado de companheiros das antigas de Marina no Acre, como os irmãos Jorge e Tião Viana, a ministra soltou umas indiretas para marina. Mas a questão principal não é essa; afinal, no calor da disputa o bateu-levou vai se acirrar ainda mais quando as pesquisas voltarem a mostrar (ou não) o amplo favoritismo da ex-senadora pelo Estado.

O que chama a atenção do eleitor é o fato de uma ministra em agenda oficial, paga com nosso dinheiro, tirar tempo para fazer picuinhas eleitorais. O contribuinte brasileiro não merece este tipo de atitude. Por estas e outras que o debate sobre o fim da reeleição ganha força. O Brasil não está preparado para a reeleição, pois seus homens públicos, desde 1500, não sabem fazer a diferenciação entre o patrimônio do Estado e o privado.

A institucionalização da reeleição já foi marcada por escândalos de corrupção. Houve a denúncia de compra de apoio no Congresso –inclusive envolvendo políticos do Acre hoje aliados do petismo - por parte do governo FHC para garantir a possibilidade de disputar um segundo mandato. É diante de abusos cometidos como estes por Ideli Salatti que a proposta de Marina Silva de acabar com a reeleição ganha força. Ou seja, se a ministra tinha como meta enfraquecer a candidatura adversária, seu tiro acabou por sair pela culatra.

E agora, José? 
Certamente os irmãos Viana ficaram numa saia-justa com a crítica de Salvatti. Mesmo devotos e admiradores de Marina Silva, eles nada podem fazer para evitar o bombardeio petista. Caso entrem na frente da artilharia, correm o risco de serem fatalmente atingidos. Criticar a ex-companheira também não dá. Vai que ela vira presidente e Tião consiga a proeza da reeleição, a quem eles vão recorrer em busca de recursos em 2015?

Antes tarde....
Mas a boa notícia nisso tudo é que, enfim, a campanha de Tião Viana agora tem um plano de governo para apresentar em seu programa eleitoral. Pois até aqui o eleitor tem visto muito clipe e blá-blá-blá. Após quatro anos de governo e outros 12 de seu partido à frente do Estado, Tião Viana parece estar atrasado em mostrar ao eleitor o que planeja para os próximos quatro anos, e isso quando a campanha caminha para a reta final e decisiva.

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