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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Diário de Bordo Nawa

 A autodemarcação Nawa 

 

Nawa tentam desencalhar bajola em navegação épica pelo igarapé Novo Recreio (Foto:Alexandre Noronha/Amazônia Real)
 

 

A fadiga da espera de 22 anos pelo reconhecimento do seu território, agravada pela política anti-indígena do presidente Jair Bolsonaro (PL), mais os impactos causados pelo projeto da construção de uma rodovia na fronteira Brasil-Peru, levaram o povo Nawa, do Acre, a fazer a autodemarcação de sua terra. Após quase serem extintos, expulsos das terras originárias no início do século passado, os sobreviventes agem por conta própria para evitar que os 53 mil hectares reivindicados sejam destruídos por novos invasores. 

A convite do cacique Railson Nawa e de outras lideranças indígenas, a reportagem da agência Amazônia Real navegou, em julho de 2021, pelo rio Moa e pelo igarapé Novo Recreio, além de percorrer mais de 20 quilômetros numa trilha de mata fechada, vivenciando aquilo que pode ser considerado a saga do povo Nawa pela autodemarcação.


É uma saga protagonizada por homens, mulheres e crianças conscientes das ameaças a que estão sujeitos. Eles não se recusam a embarcar em bajolas em dias inteiros dentro da água ou da mata, abrindo trilhas de uma margem de igarapé a outra para proteger a terra indígena. Sem recursos, constroem tapiris nos limites do território reivindicado para sinalizar que, daquele ponto em diante, a área é de domínio de um povo que quer o direito de posse das terras ocupadas por seus antepassados.

A reportagem especial produzida pelos jornalistas Fabio Pontes e Alexandre Noronha, relatada a seguir, conta a história de vida e resistência de um povo indígena e os desafios enfrentados para chegar aos limites de seu território, em uma região da Amazônia onde a floresta (ainda) se encontra intocável. 


Leia esta reportagem mais do que especial em formato de diário de bordo e assista ao documentário na página da Amazônia Real

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