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sexta-feira, 12 de novembro de 2021

crise climática

 Comunidades da rodovia Transacreana enfrentam crise hídrica 


Se no começo de 2021 os moradores do Acre conviveram com a grande cheia dos rios que deixou cidades inteiras debaixo d’água, desde meados de julho a realidade é bem diferente. Com o início do “verão amazônico”, os acreanos passaram a lidar com a poluição do ar causada pelas queimadas, o aumento das temperaturas e dos dias sucessivos sem chuvas. Os mesmos rios que transbordaram e desabrigaram milhares de pessoas meses atrás, agora apresentam vazantes acentuadas que comprometem a segurança hídrica da população.   


É o caso das comunidades rurais localizadas ao longo da Rodovia Transacreana, onde se concentra parte da produção agrícola e pecuária da capital Rio Branco. Com dificuldade de se encontrar água no subsolo, a grande maioria das famílias que ali vivem depende das chuvas ou de mananciais nas redondezas tanto para o próprio consumo, quanto para manter a produção nos roçados e a criação de animais. Com a severa estiagem deste ano, muitas dessas fontes já secaram.

A crise hídrica no mundo é um dos temas que serão discutidos na Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas, que começa neste domingo (1º de novembro), em Glasgow, na Escócia. Governos e especialistas irão debater o aumento da temperatura no planeta e formas de frear o aquecimento. A agência Amazônia Real vai realizar uma cobertura especial da #COP26.

Em Rio Branco, capital do Acre, a crise hídrica fez a prefeitura distribuir, até o fim de setembro, quase três milhões de litros de água potável para 2.400 famílias de comunidades rurais. Sem essa ajuda, muitas famílias não teriam água nem mesmo para beber e preparar a comida. Com as chuvas cada vez mais escassas numa época do ano já caracterizada pela estiagem em grande parte da Amazônia, açudes e tanques (que são águas represadas dos igarapés) secaram. Já em outros, o que sobrou de água não é adequado para o uso humano.

É o caso da dona de casa Maria Antônia da Silva Araújo, de 50 anos. O tanque que ela pagou para cavarem ano passado, ao lado de sua casa, está quase seco. A água que sobra tem uma cor verde, mostrando-se imprópria para o consumo. Mas é dali mesmo que ela e os vizinhos puxam a única disponível nas redondezas para beber, preparar a comida  e as necessidades domésticas. A solução é tratar o líquido com cloro.

“A gente coloca a água nos baldes e coloca o cloro. Depois de uns minutos o barro desce e a gente coloca a água limpa em outros baldes. E assim a gente vai vivendo. Tenho fé que logo, logo vai voltar a chover para melhorar a nossa situação. Tenho fé em Deus”, diz Maria Antônia em entrevista à Amazônia Real.

A dona de casa investiu 600 reais para cavar um tanque ao lado de casa. Como a região onde mora não é boa para retirar água de poços, tanques e açudes servem como reservatório para os meses de chuva e de seca. Como a estiagem durante o verão amazônico no leste do Acre tem ficado mais extrema, ela vê, a cada dia, a disponibilidade de água diminuir. Além dela, o tanque também é a fonte para os vizinhos mais próximos, que puxam a água por meio de bombas.  


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