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sábado, 29 de março de 2014

A tríade da oposição



Não há dúvidas de que estes três homens acima definirão o rumo da oposição acreana em 2014. A vitória ou derrota do PT dependerá diretamente deles. Neste momento o desafio deles é grande, a depender dos números das pesquisas internas, que ainda apontam uma certa posição confortável de Tião Viana (PT). Mas nada está definido. As últimas eleições mostraram que não há favoritismo no Acre, isso tanto para o governo quanto para a oposição.

Em 2010 Tião Viana era o candidato que daria um chocolate em Tião Bocalom (então PSDB); perdeu em Rio Branco e por muito pouco não foi para Manacapuru. Dois anos depois Bocalom dizia que daria “uma surra de votos” em Marcus Alexandre (PT); perdeu. Portanto, o governo precisa acabar com o discurso de que terá reeleição fácil e no primeiro turno.

O adversário não será mais Bocalom, que conduzia campanhas amadoras e sem debater com a sociedade um plano de governo capaz de provocar uma alternância segura –por isso o eleitor tem preferido manter o PT no poder. O evento de quinta mostrou que a oposição vem com uma “nova roupagem”; o amadorismo parece ter sido colocado de lado, com o profissionalismo sendo uma obsessão.

A solenidade em nada deixou a desejar aos grandes eventos eleitorais Brasil adentro. E mais importante: mostrou a afinidade entre os principais líderes. Tião terá como grande adversário no Juruá o prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB). No discurso ele deixou bem claro que sua meta é trabalhar a cada segundo do período de campanha “para tirar o PT do poder”.

O mesmo empenho foi demonstrado por Sérgio Petecão (PSD), por mais que alguns digam que o senador não estará tão empenhado assim por Márcio Bittar (PSDB). Já o tucano coloca de lado aquele discurso ranzinzo de disputas passadas para criticar o petismo em seus pontos fracos, e falar como candidato apresentando suas metas e projetos caso ocupe o Palácio Rio Branco em 2015.

Se este é o tom que o eleitor esperava encontrar para retirar o Vianismo do governo não sabemos, mas ele pode fazer a diferença. Sem muito trabalho, Gladson Cameli (PT) disputa o Senado na mesma linha, evita críticas desnecessárias e foca passar a mensagem de “esperança” e “mudança”, de olho sobretudo no eleitorado jovem.

Com Bittar e  Cameli assumindo a linha de frente da disputa majoritária, e Vagner Sales e Petecão operando nos bastidores, a oposição entra numa campanha com perspectiva de vitória como jamais teve nos últimos 16 anos, isso sem contar a ampla estrutura partidária que o “blocão” lhes garante para ter bastante tempo de TV e financiadores.

Generosos 
Do líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), em discurso na noite de quinta: “Os acreanos estão sendo bonzinhos demais com o PT os deixando 16 anos no governo. Enfim isso agora vai acabar em 2014, com o povo os mandando para bem longe.”

Prestígio 
A presença maciça de lideranças nacionais da Câmara do PP e do PSDB mostra o prestígio de Márcio Bittar (PSDB) e Gladson Cameli (PP) no Congresso. A participação de deputados de São Paulo, Pernambuco e Roraima foi uma forma de mostrar ao eleitor a força do “blocão” em Brasília e um claro sinal das condições de governabilidade caso cheguem ao governo.


Interesses palacianos 
Não há dúvidas de que hoje a candidatura de Tião Bocalom (DEM) interessa única e exclusivamente ao Palácio Rio Branco. Líderes do blocão questionam até que ponto a Frente Popular não interferiu para permitir a permanência do PV no grupo de Bocalom para a sua candidatura não ficar inviabilizada. A estratégia do “blocão” é desgastar ao máximo a candidatura de Bocalom, apresentando-a como a “serviço do governo”.


Cuidado, camaradas 
Petistas estão reclamando dos camaradas do PCdoB de que os órgãos chefiados por eles estão com a estrutura voltada para beneficiar exclusivamente os candidatos do partido. Esta queixa pode ser tida como o primeiro sinal do cabo de guerra entre PT e PCdoB nas eleições. O governador Tião Viana precisa tomar as rédeas da situação para evitar danos maiores.


Escassez 
O governo faz propaganda de que não vai faltar combustível, mas nada disso tira da população o receio de ficar sem gasolina. As filas nos postos permanecem do mesmo tamanho, com motoristas tendo que passar a madrugada em busca de alguns litros. Ao governo a melhor solução seria parar de falar “asneiras” para não deixar o povo mais irritado.

Gastos oficiais 
É provável que a Força Aérea esteja gastando mais dinheiro com o transporte de autoridades para sobrevoar o rio Madeira do que no transporte de alimentos para o Acre. Posar para a fotografia não adianta, é preciso debater em Brasília soluções para a BR-364, para não ficar mais uma vez submersa pelas águas do alterado rio Madeira.

Zelo
Correta a atitude do promotor Adenilson de Souza em pedir o cancelamento da compra de 5.000 bicicletas elétricas pela Secretaria de Educação. O processo licitatório aponta falhas, como o fato de somente a Engeplan chegar à fase final, e a falta de um estudo técnico prévio para avaliar a viabilidade do uso destes equipamentos na zona rural. O bem público precisa ser preservado, para isso é necessária a atuação firme da promotoria de Defesa do Patrimônio Público.


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