Um estudo feito em 2012 pela Universidade Maior de Santo André, em La Paz, já apontava para os impactos ambientais ocasionados pela construção das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira. À época, o estudo alertava que as represas iriam ocasionar grandes inundações na Bolívia e no Brasil, como de fato ocorre agora neste início de 2014, com a água invadindo cidades, fazendas e rodovias.
No Brasil, segundo a pesquisa, havia alertas de que as usinas iriam elevar o nível das águas no período de chuvas na região, o “inverno amazônico”. De acordo com o levantamento, esta elevação causaria impactos também no país vizinho, o que o Brasil refutava até então. Recentemente o presidente boliviano Evo Morales afirmou que pedirá uma investigação para apurar até que ponto as usinas têm influência nesta enchente histórica.
“O Brasil alegou que o aumento do nível da água iria acontecer somente em território brasileiro. Nós, porém, demonstramos com o estudo é que o efeito de aumentar (fluxo) também vai ter efeito na Bolívia, no trecho binacional do rio Madeira", diz a pesquisa também coordenada pela Agenda Estratégica da Bolívia.
O estudo ainda ressalta o rio Madeira como o principal afluente do Amazonas, consequentemente, sendo isso fator responsável por diminuir o fluxo de água despejada pela grande força do Amazonas.
Na sua confluência com o Amazonas, o rio Madeira é um dos cinco maiores rios do mundo, drenando uma área de 1.420.000 quilômetros quadrados. Com as represas, diz a análise, a tendência é mais água ficar “retida”, espalhando-se para as margens.
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