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domingo, 5 de janeiro de 2014

Irmãos, irmãos, política a parte


Os irmãos Jorge e Tião Viana não estão nos melhores de seus dias quando o assunto é relacionamento. Nos bastidores um verdadeiro cabo de guerra é travado entre eles. Jorge Viana se vê a cada dia isolado dentro do PT, e ainda mais no governo do irmão. (Lembremos o choro de Jorge no “Gazeta Entrevista” pedindo mais participação na gestão Tião). As declarações do senador deixaram o governador enfurecido.

Se Jorge já vinha sofrendo desgaste com Tião, a situação só piorou desde então. Isso ficou explícito em reportagem de Luciano Tavares, no ac24horas, relatando o ambiente hostil entre eles na Aldeia Esperança, durante o Festival Yawa. Dividir o mesmo metro quadrado era sinônimo de mal-estar.

A relação acabou de azedar por conta da disputa pelo Senado. Enquanto Tião Viana já colocou seu suplente Anibal Diniz (PT) de lado para apoiar Perpétua Almeida (PCdoB), Jorge Viana sai em defesa do companheiro petista, e diz que não há nada definido na disputa majoritária. A ala de Tião diz que mais um tempo Jorge Viana decidirá quem será o candidato ao governo.

Jorge Viana e Anibal Diniz estão em busca de uma saída honrosa. Numa tacada de inteligência política, Tião Viana saiu como o mais fortalecido no processo de definição das candidaturas. Além da força natural por ter as chaves do Palácio Rio Branco, ele tem todo o PT em suas mãos. Se hoje Ermício Sena e sua tendência estão na presidência do PT, tudo é graças ao governador.

Se há pouco tempo era Jorge quem mandava e desmandava no PT, hoje este poderio está com Tião. Acostumado a liderar o formato da Frente Popular, o senador não está nada contente em ser colocado de escanteio pelo irmão. Jorge não aceita de forma alguma ver a cadeira de senador do PT ser entregue ao fiel aliado PCdoB.

Tião também não quer, mas sabe que apoiar Perpétua é vital para a sua reeleição. Anibal Diniz nunca encarou uma eleição majoritária, seu nome está sempre em último lugar nas pesquisas (as más línguas dizem que nem no PT ele tem voto). Tião vai para uma disputa acirrada com Márcio Bittar (PSDB), e não quer saber de carregar Anibal nas costas, quanto até seu mandato estará em jogo –para piorar coloca Leo Brito como vice.

O tensionamento entre Jorge e Tião está só no começo. Jorge tenta passar um clima de paz e amor, reunindo-se com a militância petista e jogando beijo para a torcida. Mas neste meio todo sabemos que quem prevalecerá será o governador com sua força política. O ponto auge desta “briguinha” será pós-2014.

 Se Tião conseguir a reeleição, em 2018 virá à tona uma “guerra” de irmandade para saber quem ficará onde. Jorge não poderá disputar o governo, nem tampouco Tião. Ficarão os dois no Senado?       

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