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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

As trapalhadas de Petecão

A cada dia o senador Sérgio Petecão (PSD) caminha para ser um dos maiores fiascos da política acreana dos últimos anos. Desde que assumiu o Senado em 2011, vem cometendo uma série de lambanças que só o isolam e o deixam sem base política. Petecão acredita até hoje que os votos recebidos em 2010 são de propriedade dele, conquistados por capacidade própria ao reunir as características essenciais do bom político: carisma e confiança.

Todos nós sabemos que, fosse quem fosse o nome da oposição naquele momento, iria assegurar um lugar no paraíso ao ser eleito senador. De lá pra cá Petecão tem se desfeito de peças fundamentais e se ajuntado de lideranças mais equivocadas possíveis. A primeira perda foi do conceituado professor Carlos Augusto Coelho, seu guru político por longos anos.

A bola da vez foi o ex-petista Fernando Melo, que à casa do pai retorna. Usado por Sérgio Petecão para disputar a prefeitura de Rio Branco em 2012, Fernando Melo estava desprestigiado pelo seu parceiro de dupla. A candidatura de Melo contribuiu para a derrota da oposição ao dividir o palanque, quando o eleitorado pedia a unidade. Está certo que o “grande nome” oposicionista –Tião Bocalom - também ajudou a cavar o poço.

De quase 70% de preferência, Bocalom (então PSDB) veio em queda livre nas pesquisas ao se esquecer de apresentar propostas ao eleitor e só querer bater no PT. Para o ex-tucano, plano de governo é um mero instrumento burocrático para registro de candidatura, afinal, seu projeto número um é não roubar.

Apoiado por Petecão, Fernando Melo obteve uma votação vexatória. Petecão saiu das urnas como um dos grandes derrotados, não elegendo vereador na capital, tampouco assegurando a permanência do PSD em Tarauacá. Autolançado candidato ao governo, iniciou as articulações para formar seu palanque. Uma das estratégias foi usar de sua influência no Senado para “cooptar” partidos da Frente Popular.

Em ações antidemocráticas –de cima para baixo – tomou algumas legendas. O PR foi uma delas, mas logo o partido debandou para as bandas de Márcio Bittar (PSDB). O PTB chegou a ter presidente indicado por ele, mas logo o governo retomou o comando. O grande filão era o PSB de Eduardo Campos (PE).

Fernando Melo chegou até a engomar o paletó em Brasília para presidir a legenda. Lá soube que até poderia ser presidente, mas deveria manter o PSB na base de Tião Viana (PT). Acordo desfeito. Diante destes fiascos, o nome de Márcio Bittar foi se fortalecendo dentro da oposição, conseguindo ter em torno de si o maior número de partidos, incluindo o PP e o PMDB.

Às voltas com o fortalecimento do tucano, Petecão foi para o tudo ou nada, decidido a esquecer as mágoas do passado e colocar Tião Bocalom em seu colo –tudo para prejudicar Bittar. Num outro golpe de intervenção, colocou Bocalom na presidência do Democratas, e este logo passou a (novamente) se lançar candidato a governador.

O encontro de Bocalom e Petecão foi como da tampa com a panela. Ambos têm a mesma linha política –se é que têm. Para eles plano de governo é lorota. Pode pegar o plano da eleição passada e só mudar a data. Eles estão perdidos e isolados, sem apoio nas bases. A eles lhes faltam nomes até mesmo para fechar a chapa majoritária, partindo para o terrorismo na tentativa de evitar a formação da dobradinha Bittar e Gladson Cameli (PP).

Bocalom se tornou um candidato profissional, interessado tão somente em disputar eleições sabe-se lá com quais intenções. O mesmo é Petecão. Enquanto os eleitores estão dando claros sinais da necessidade de candidatura única da oposição, eles remam para lado oposto. Entre líderes oposicionistas já há até a desconfiança de que eles estariam a serviço palaciano.

A atitude de Peteão em 2012 ao usar Fernando Melo como bode expiatório, e agora em 2014 de tentar de todas as formas viabilizar candidaturas sem legitimidade eleitoral –apenas pelo simples gosto da divisão –, pode ser uma prova de que talvez a “teoria da conspiração” não seja tão teoria assim.      

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