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quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Amazônia seca

Rio Madeira chega a 2,28 m em Porto Velho; tempo de viagem até Manaus dobra 

O rio Madeira atingiu nesta segunda-feira (15) o nível de 2,28m em Porto Velho. Essa é a marca mais baixa já registrada para o começo de agosto na última década. Neste mesmo período do ano passado, o rio registrava 9,48m. Com o baixo volume, o tempo das viagens entre a capital de Rondônia e Manaus dobrou.

Apesar de as empresas que operam neste trecho terem que reduzir a capacidade de carga transportada, o que resultou em aumento de custo operacional, Manaus e outras cidades do Amazonas ainda não sentem reflexo desta estiagem recorde com desabastecimento ou elevação nos preços dos produtos.

Em média, as embarcações precisaram reduzir em até 30% o volume das cargas para se evitar colisões com os bancos de areia que se formam ao longo do leito. Por conta disso, a Marinha decidiu restringir a navegação destas embarcações em períodos noturnos por conta da dificuldade de visão. Segundo o Sindarma (Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas), em alguns pontos a navegabilidade está comprometida até mesmo durante o dia.

Com estas dificuldades, o tempo para percorrer o trajeto Porto Velho/Manaus e vice-versa dobrou. Se antes a viagem saindo de Porto Velho até a capital amazonense era de quatro dias, agora se leva até sete. Já no sentido inverso a demora saiu de oito para 15 dias.


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"Temos com aumento do tempo de viagem Manaus a Porto Velho e no sentido oposto, além de uma redução de cargas nas balsas para que as embarcações naveguem com calado mais aliviado, mas ainda não temos desabastecimento e nem aumento de frete. Claro que já temos um aumento do custo da viagem, até em função da redução da capacidade de carga, mas está sendo absorvido pelas empresas de transporte", diz o vice-presidente do Sindarma, Claudomiro Carvalho Filho.

O rio Madeira é um dos principais corredores logísticos do país e integra o Arco Norte. Pela Hidrovia do Madeira há o transporte da produção agrícola, principalmente soja e milho de Mato Grosso e Rondônia, e insumos como combustíveis e fertilizantes, com destino a Porto Velho e Manaus. Além de alimentos e produtos produzidos na Zona Franca de Manaus. Por ele também passa o combustível produzido na Província Petrolífera de Urucu, em Coari (AM), que abastece os Estados do Acre e Rondônia.

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