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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O último ano de Tião (???)

Tião Viana (PT) chega a 2014 como o último ano de seu mandato frente ao Palácio Rio Branco. Caso consiga a proeza da reeleição em outubro, entrará em 2015 como o primeiro ano de seu segundo mandato. Mesmo tendo a máquina do Estado em mãos e com bons índices de aprovação (se é que se pode confiar no Ibope), o petista sabe que 2014 não será fácil.

A sua apertada eleição em 2010 (perdendo na capital) e o cabo de guerra de 2012 para eleger Marcus Alexandre (PT) mostram que o PT e a Frente Popular como um todo não estão nos melhores dos seus dias. Os governistas apostam na discórdia da oposição para (como sempre) dividi-la e, assim, conquistar o quinto mandato à frente do governo acreano.

Tião Viana fez destes últimos três anos o que pode e o que não pode para tentar reconquistar a simpatia do eleitorado pelo modo petista de governar. Abandonou a “florestania” e apostou em políticas de desenvolvimento com resultados práticos a curto prazo; vide o caso da piscicultura, da criação de animais de pequeno porte e a diversificação no plantio de grãos.

Após 12 anos das políticas petistas beneficiando tão somente as classes média e alta, Tião apostou no governo popular, por isso a marca “Governo do Povo do Acre”. Por meio do “Ruas do Povo” e “Cidade do Povo” tenta recolocar o seu partido e o governo em contato com a grande massa moradora das periferias das cidades –onde a oposição encontrou terreno fértil.

Tais ações aos poucos vinham redimindo o petismo e o Vianismo, mas em maio, com a operação G7, tudo veio por água abaixo. A prisão de seus secretários, empresários que a cada dois anos abasteciam os cofres petistas com doações, e o sobrinho acusados de desvio de verbas públicas levou o Palácio Rio Branco a uma reação desesperadora jamais vista –digna do mais puro amadorismo político.

Tião Viana tomou as graças de advogado dos acusados. Os poderes foram todos atacados em praça pública. Em junho mais de 20 mil acreanos foram às ruas numa demonstração de insatisfação com o governo. O governo parecia estar na lona. Mas o tempo passou, a fúria popular se abrandou –ao menos publicamente -, o governo diminuiu seu ritmo de erros sucessivos.

Após tantas trapalhadas parece que enfim Tião Viana conseguiu colocar o governo no eixo. Ele é hoje o principal condutor político do processo eleitoral de 2014 e entra como candidato favorito. Tudo pode acontecer até outubro.

A perspectiva é que o Ministério Público Federal denuncie os acusados da G7 ainda neste primeiro trimestre. Os governistas podem voltar a sentir baques –e a oposição sonhar com um novo desgaste.

Tião Viana tem como grande desafio manter este mesmo ritmo desde meados de setembro. Evitar declarações estapafúrdias e brigas desnecessárias com setores da sociedade, em especial a pequena parte da imprensa que ainda resiste ao sufocamento do setor realizado pelo seu próprio governo.

Se ele assim permanecer, a economia do país não passar por novos solavancos e nenhuma outra bomba estourar, as chances de reeleição são altas. Ao Palácio Rio Branco resta torcer (também) para a oposição sair dividida –o que não requer muito esforço.      

Um comentário:

  1. Corretíssima analise...a principal bandeira de Tião Viana será a desunião da oposição. podes crer.

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