A classe de jornalistas do Acre vive hoje talvez um dos piores momentos de sua história. Pode não ser pior do que os tempos sombrios do coronel Hildebrando Pascoal. Não vivi este momento tenso, mas pelos relatos que ouvi de colegas na redação dá para ter uma noção de como era difícil exercer o jornalismo então.
Mas hoje a situação não é a das melhores. A diferença é que
não temos as redações invadidas pelo coronel e seus capangas, nem jornalistas
sofrendo ameaças de morte e sendo obrigados a engolir as edições dos jornais.
Mas sofremos as mesmas perseguições dos donos do poder e intimidações.
O caso dos tapurus exemplifica bem isso. Jornalistas estão
sendo tratados como bandidos por terem exercido sua função constitucional de
denunciar problemas na refeição servida em um hospital público do Acre. Um secretário
de Comunicação de forma insana e desequilibrada praticamente acusou os
profissionais de terem montado a cena, colocando os vermes (tapurus) dentro das
marmitas.
Não é de hoje que o autointitulado jornalista Leonildo Rosas
(que nunca concluiu sua graduação na Ufac) difama e ataca a honra dos
verdadeiros jornalistas que tentam (às duras penas) exercer o jornalismo
fiscalizador. Ele fala que os profissionais atuam sem ética, a mesma ética que
lhe falta ao usar dinheiro público para tirar do cidadão a liberdade de
imprensa e expressão.
Os jornalistas no Acre hoje não contam com um sindicato por
conta do sufocamento realizado pelo governo. O presidente e vice do Sinjac
renunciaram por ocuparem funções confortáveis em cargos públicos –um na
prefeitura petista e outra na Assembleia Legislativa também petista. O resto da
diretoria...bem, esta está muito bem acomodada no gabinete do governador.
Estamos desde maio sem reajuste salarial porque não há quem
negocie com os patrões. Vamos entrar em 2014 acumulando perdas de 2012, 2013 e
2014 certamente também não teremos nada. Enquanto isso os líderes sindicais
estão com seus gordos salários na estrutura do Estado.
Para piorar jornalistas são levados para depor numa delegacia
de combate ao crime organizado, a mesma que não combateu uma quadrilha que
surrupiava os cofres do Acre, sendo preciso a intervenção da Polícia Federal –Operação
G7. Diante de tanta pressão, a jornalista Lenilda Cavalcante sofreu um acidente
vascular cerebral (AVC).
E agora, o sindicato vai prestar alguma solidariedade? O
desequilibrado Leonildo Rosas pedirá desculpas ao povo do Acre por suas
atitudes débeis? O Acre vive um momento perigoso em sua democracia. Estamos a
caminho do abismo, a população parece estar dopada (por um Bolsa Família) e o
colapso social e econômico está a porta.
Que em 2014 ocorram as mudanças tão necessárias para tirar o
Acre do fundo do poço
Meu caro Jornalista Fabio Pontes, sábias colocações, somente quero acrescentar que a população esta dopada não só pelo bolsa família mas também pelos milhões de cargos comissionado que juntando aos votos de seus amigos e familiares faz-se um voto de cabresto remunerado e irrigado pelos cofres públicos.
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