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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Instituições em frangalhos (de novo)

Não é a primeira vez que recorro a esta famosa expressão (Instituições em Frangalhos) título de um histórico editorial do jornal “O Estado de S Paulo” durante o regime militar para expressar o atual momento político do Acre.

As farpas trocadas entre o governista Élson Santiago (PEN) e Wherles Rocha (PSDB) representam bem este péssimo momento institucional do Acre, onde os Poderes estão numa série crise de respaldo popular.

Desde que acompanho as sessões da Assembleia Legislativa, são recorrentes as vezes em que o presidente Élson Santiago, da cadeira de autoridade máxima do Poder Legislativo, sai em defesa do governo Tião Viana (PT). Uma postura vergonhosa e que coloca um dos Poderes mais legítimos da representatividade do povo na sarjeta.

Mas o que se esperar de um presidente que permite a instalação de um aparelho televisor no hall de entrada do Parlamento exibindo –vejam esta – as propagandas que enaltecem as ações do governo? Até que ponto os Poderes constituídos vão continuar esta subserviência?

O problema não é só a Aleac. O Judiciário também está contaminado. Em todos os processos mais delicados parte significativa dos desembargadores se considera impedida pelo grau de proximidade com uma das partes.  O tribunal eleitoral, este, fazer comentários é um risco.

A mesma coisa é o Ministério Público, que passou a largo de uma das operações policiais mais importantes da história recente do Acre, a G7. A Polícia Federal não confiou em nosso MP diante da proximidade de seus membros com o Palácio Rio Branco.

O TCE continua um tribunal do faz contas, como dizia nossa nobre conselheira Naluh Gouveia. A nossa imprensa, coitada, está mais desfigurada de seu poder de atuação do que tudo.

Enfim, a nossa crise é muito séria, as instituições estão em frangalhos e a sociedade parece estar alheia a tudo isso. Que este cenário sombrio não nos leve a um Ai-5.     

Um comentário:

  1. o complicado é que isso tudo está tão enraizado nos poderes que demandará tempo para que a autonomia seja possível, uma pena que as instituições confundam seus poderes e autonomias e tornaram-se uma o braço da outra, com um objetivo único de perpetuação do poder e de benesses. Luta que segue.

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